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Paulo Guedes dorme tranquilo com possível vitória de Joe Biden

“Vamos dançar com todo mundo“, disse o ministro sobre as relações com o eventual governo democrata

Por Victor Irajá 6 nov 2020, 21h49

O ministro Paulo Guedes externou aquilo já tratado com naturalidade dentro do Ministério da Economia. Guedes minimizou os impactos econômicos de uma possível vitória de Joe Biden nas eleições nos Estados Unidos. “Vamos dançar com todo mundo, porque chegamos atrasados na festa. Também não vamos superestimar o fator político quando ele não é para ser superestimado. A dinâmica de crescimento do Brasil depende de nós”, disse Guedes nesta sexta-feira, 6. “A mudança nos Estados Unidos, eventualmente – e os dados indicam que está próxima de acontecer –, não afeta a nossa dinâmica de crescimento. Particularmente com relação aos Estados Unidos, nós estávamos e continuaremos trabalhando com todo mundo.”

O assunto não é novidade para quem convive diariamente com o ministro, que demonstrava preocupação nula com uma possível vitória do democrata. Membros do Ministério da Economia dormem tranquilos com a presidência de Biden. Segundo auxiliares do ministro Paulo Guedes, apesar de avanços recentes nas relações comerciais entre os dois países, como o acordo não tarifário assinado entre as duas nações, o Brasil mais cedeu do que colecionou vitórias desde a ascensão de Bolsonaro ao Planalto — os exemplos, muito claros, envolvem a sobretaxação do aço brasileiro por parte dos norte-americanos e o aumento da cota de etanol importado sem impostos, o que fortaleceu a indústria alcooleira americana e desagradou produtores nacionais.

Um impacto possível, porém, antecipado por técnicos envolvidos nas questões de relações comerciais , seria o aumento de exigências americanas em relação ao Brasil, principalmente na pauta ambiental.

De acordo com um relatório divulgado pela câmara de comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham Brasil), o comércio bilateral entre os dois países até o mês de setembro registrou, em 2020, o pior resultado dos últimos 11 anos. Entre janeiro e setembro, os dois países fizeram 33,4 bilhões de dólares em transações, uma redução de 25,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Guedes entende que, se a gestão de Bolsonaro alinhar-se a diretrizes aceitas internacionalmente de respeito ao meio ambiente (apesar de criticar o que chama de interesses nacionais dos estrangeiros) e a institucionalidade das relações exteriores, o governo brasileiro tem pouco a se preocupar — mas, é essa a grande incógnita. 

Mesma tranquilidade de Guedes não encontra coro em outros prédios da Esplanada dos Ministérios. Como mostra o Radar Econômico, os ministros Ricardo Salles, do Meio Ambiente, e Ernesto Araújo, chefe do Itamaraty, “balançam” a partir de uma vitória de Biden, graças às posições pessoais assumidas em relação ao ideário do presidente americano, Donald Trump. A manutenção do chanceler depende de passar na prova de o governo americano “atender aos telefonemas” feitos por ele. No caso de Salles, a preocupação é a premissa em torno da pauta ambiental, já cantada por Biden como diretriz de uma gestão democrata.

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