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Paul Krugman aposta no eixo Rajoy-Monti-Hollande para salvar o euro

Por Da Redação
2 jul 2012, 22h38

Marina Estévez.

Madri, 2 jul (EFE).- O Prêmio Nobel de Economia Paul Krugman afirmou nesta segunda-feira que a única esperança para o euro é que os líderes François Hollande (França), Mario Monti (Itália) e Mariano Rajoy (Espanha), que considera ‘a coalizão do antigo Império Romano’, convençam a Alemanha sobre a importância de o Banco Central Europeu (BCE) fazer uma compra maciça de títulos da dívida soberana ainda neste ano.

Em entrevista à Agência Efe, o economista americano observa um ‘risco de colapso’ da moeda única, mas, se antes da cúpula europeia da semana passada ele considerava que o euro tinha uma porcentagem de sobrevivência de 50%, agora ele avalia com 60%.

Ele considera que abrir a via à recapitalização direta dos bancos e a facilitar o uso dos fundos europeus de resgate para comprar dívida de países sob pressão nos mercados é ‘um passo na direção correta’, mas alerta que ‘fazem falta outros 20’.

‘O melhor que se pode dizer é que talvez a cúpula seja uma profecia de que está chegando a mudança na política europeia’, dizia Krugman, em declarações dadas antes de a Finlândia anunciar que pretende impedir que o fundo de resgate permanente da zona do euro compre títulos nos mercados secundários.

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Segundo o vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 2008, que se encontra na Espanha para promover sua obra ‘End this crisis now’ (Acabem já com esta crise, em tradução livre), há um ano teria sido impensável que a chanceler alemã, Angela Merkel, tivesse feito alguma concessão quanto a suas políticas de austeridade.

Seu diagnóstico é que os alemães ‘construíram um mito sobre o que ocorre no sul da Europa’. Em sua opinião, é um pensamento falso, visto que na Espanha não existiam níveis tão altos de déficit e dívida pública, e, apesar da bolha imobiliária, ‘foi culpa de todos e de ninguém: as cadernetas de poupança dando muitos créditos, mas com liquidez dos bancos alemães’.

Berlim, segundo Krugman, tem ‘uma visão moral da dívida e uma alergia à inflação’, embora tenha reconhecido que ‘foi a deflação de 1930-1932 que levou à catástrofe política na Alemanha’, referindo-se ao nazismo. Por isso, considera um mistério por que não veem a relação entre a situação econômica de então e a atual.

Mas agora, quando ‘a catástrofe é tão óbvia’ e as taxas de juros que pagam países como a Espanha são ‘insustentáveis’, as dinâmicas de negociação europeias mudaram ‘bastante’, destacou o economista. Na semana passada, segundo ele, entrou em ação ‘a coalizão do antigo Império Romano’, com os primeiros-ministros Mario Monti e Mariano Rajoy exercendo pressão com a ajuda do presidente francês François Hollande.

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‘O governo espanhol não pode fazer muito de forma individual, mas os poderes combinados dos três países estão em uma posição de dizer: não queremos que o euro fracasse, temos de fazer algo’, declarou.

Para Krugman, defensor de ideias keynesianas, o Banco Central Europeu é hoje a única instituição que tem a possibilidade de agir em grande escala e ‘interromper o círculo vicioso dos mercados’ comprando bônus em grandes quantidades, imprimindo dinheiro, reduzindo os juros e permitindo o aumento inflação durante cerca de cinco anos.

No caso da Espanha, Krugman acredita que apenas austeridade e disciplina orçamentária não podem resolver os problemas do país, especialmente um desemprego próximo a 25%, embora admita que seja necessária em algum grau.

‘Tenho muita simpatia pelos governos de qualquer desses países soberanos, porque não têm uma solução fácil. O mercado está criando muita pressão para se preocupar com o déficit e, ao mesmo tempo, também não gostam que um país não consiga crescer. O que diria é que, na Espanha, deve haver a menor austeridade possível, mas tem de haver alguma’.

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Conhecido eurocético, o Nobel americano acredita que o fim da moeda única seria um ‘desastre econômico e político’, também para a Alemanha, embora no caso da Grécia o considere uma opção quase inevitável. EFE

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