ROMA (Reuters) – A formação de um novo governo italiano ganhou força na terça-feira com o apoio do principal partido do país em meio à crescente pressão do mercado financeiro para que o novo primeiro-ministro do país, Mario Monti, tome medidas rápidas para solucionar uma crise de dívida que ameaça a zona do euro.
Angelino Alfano, secretário do partido de centro-direita PDL, do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, disse a repórteres depois de conversa com Monti: “Acreditamos que os esforços do professor Monti estão destinados a dar certo”.
O apoio do PDL é importante porque muitos de seus membros têm se oposto ao governo predominantemente tecnocrata que Monti está buscando formar para enfrentar a crise financeira.
O novo governo de Monti precisa de amplo apoio parlamentar para implementar medidas austeras e reformas vistas como impopulares, exigidas por líderes da Europa para controlar a crise de dívida italiana.
Qualquer fracasso ou atraso nesses esforços poderia causar um efeito devastador nos mercados financeiros.
Para aumentar a pressão sobre Monti, em meio à turbulência do mercado, as taxas de juro nos bônus BTP de 10 anos subiam para mais de de 6,9 por cento, perto dos 7 por cento que fizeram a Grécia e a Irlanda pedirem por planos de resgate.
A expectativa era que Monti anunciasse seu novo gabinete em breve, possivelmente ainda na terça-feira ou na quarta-feira.
Um eventual resgate da dívida pública italiana, que soma 1,9 trilhões de euros, é vista como alta demais para os recursos financeiros atuais da zona do euro.