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Parente: ‘Não haverá indicação política na Petrobras’

Executivo foi confirmado nesta quinta-feira pelo Palácio do Planalto como novo presidente da estatal

Por Felipe Frazão 19 Maio 2016, 19h35

Anunciado o novo presidente da Petrobras, o ex-ministro do governo FHC Pedro Parente afirmou nesta quinta-feira que o modelo de indicação de diretores por partidos políticos, ponto de partida para o escândalo do petrolão, será extinto.

“Não haverá indicação política na Petrobras”, disse Parente, depois de conversar no Palácio do Planalto, em Brasília, com o presidente interino Michel Temer e o titular da Casa Civil, Eliseu Padilha, ambos do PMDB, um dos partidos acusados de lotear diretorias da empresa.

Parente afirmou que montar uma equipe “profissional” foi uma das diretrizes acertadas entre ele Temer para que aceitasse o desafio de assumir a estatal. O ex-ministro não revelou se vai manter alguns dos atuais diretores da estatal ou demitir todos e nomear novos executivos.

“O presidente Michel Temer colocou de maneira muito enfática que a gestão deve ser estritamente profissional, na composição do conselho de administração e da diretoria executiva, para o preenchimento dessas funções”, afirmou. Ele disse que a gestão da petrolífera atenderá exclusivamente aos interesses da própria empresa e dos acionistas.

“A relação do governo com a Petrobras é de acionista controlador. O primeiro interesse é o sucesso da empresa. É assim que o presidente Temer vê, assim que eu vejo e assim que vamos trabalhar. Todos os acionistas, o conselho de administração e a diretoria executiva terão uma visão absolutamente profissional. Essa é a visão correta de uma empresa que tem suas ações negociadas no mercado”, afirmou.

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Parente repetiu parte do discurso de posse de Temer e afirmou que vai dar continuidade ao plano de recuperação da estatal iniciada por Aldemir Bendine. A reestruturação inclui a venda de ativos – o chamado desinvestimento. O presidente indicado, porém, afirmou que ainda precisa ter mais informações para falar das primeiras medidas no cargo. “Acabou o tempo em que quem tomava posse desconsiderava o trabalho da gestão anterior”. Ele disse que as auditorias e a comissão de investigação interna da Petrobras não devem ser refeitas. “Não existe orientação para reauditar”, disse.

O novo presidente da estatal disse que se sente honrado com o convite e que seria “muito difícil” deixar de aceitar a missão de ajudar a reconstruir o país. Ele afirmou, no entanto, que voltar ao setor público “não estava nos seus planos” e que a Petrobras tem grandes desafios. Parente resiste a se licenciar de cargos que ocupa no setor privado – na BMF&Bovespa, por exemplo. Ele afirmou que só pretende se afastar se houver conflito de interesses. “Se não houver conflito, eu gostaria de continuar. O presidente Michel Temer não colocou obstáculo a isso. Se não houver conflito, eu continuaria na presidência do conselho da BMF&Bovespa”, disse.

O executivo disse que teve de refletir muito antes e que consultou principalmente a família para a mudança profissional. Ele também admitiu que conversa com frequência com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), de quem foi ministro. “Não foi um processo de aceitação simples dada a relevância e a responsabilidade que é liderar uma empresa como a Petrobras.”

Petrolão – Petroleira mais endividada do mundo, a Petrobras é protagonista do escândalo bilionário de corrupção investigado pela operação Lava Jato, envolvendo empreiteiras, executivos e políticos. A empresa também está sofrendo com a queda dos preços do petróleo no mercado internacional.

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As tarefas imediatas de Parente incluem acelerar o plano de venda de 15,5 bilhões de dólares em ativos da Petrobras e reduzir custos para melhorar a saúde financeira da companhia. A nomeação de Parente também marca seu retorno à companhia após catorze anos. O executivo ocupou uma cadeira no Conselho de Administração da petroleira, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso.

Formado em engenharia, Parente, de 63 anos, foi ministro de duas pastas no governo FHC: Planejamento e Casa Civil. Ele também presidiu a unidade brasileira da trading de commodities Bunge e atualmente é presidente da BM&FBovespa.

A escolha de um novo nome para comandar a estatal ocorre uma semana após Temer ter assumido interinamente a Presidência da República, depois que o Senado aprovou a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff e a afastou do cargo por até 180 dias sob a acusação de violar leis orçamentárias.

(Com Reuters)

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