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Paraguai e proposta da China devem dominar cúpula do Mercosul

Integrantes do bloco discutirão em Mendoza, na Argentina, a proposta do premiê chinês, Wen Jiabao, de criar área de livre comércio

Por Da Redação
26 jun 2012, 19h29

A proposta da China de avançar em um acordo de livre comércio com o Mercosul e a situação do Paraguai – suspenso do bloco, ainda que sem sanções econômicas – dominarão a cúpula do bloco regional que terá início nesta quinta-feira na cidade argentina de Mendoza (oeste).

A proposta do premier chinês, Wen Jiabao, de analisar a possibilidade de criar uma zona de livre comércio entre o seu país e o Mercosul, feita nesta segunda-feira em Buenos Aires, será um sopro de ar fresco na região em meio a uma cúpula marcada pela tensão política no Paraguai.

China – “É uma boa notícia. O Mercosul precisa renovar sua agenda para frente, sua agenda estratégica, discutir coisas do futuro, não só abordar os temas conjunturais, como as tarifas alfandegárias”, disse Marcelo Elizondo, advogado da Universidade de Buenos Aires, especialista em Desenvolvimento de Negócios Internacionais.

Embora considere que, por ser questão de longo prazo, “não vai gerar medidas concretas”, o especialista avaliou que a proposta chinesa animará a cúpula de Mendoza. “O tema vai enriquecer a agenda, a tornará mais agradável, embora não vá haver muita substância”, advertiu.

O premier chinês anunciou nesta segunda o interesse do seu país em “realizar estudos de viabilidade sobre o estabelecimento de uma área de livre comércio entre a China e o Mercosul”, ao final de um giro regional que o levou a Brasil, Argentina e Uruguai que integram o bloco econômico ao lado do Paraguai.

Félix Peña, especialista em Relações Econômicas Internacionais, em Comércio Internacional e em Integração Econômica da Fundação Standard Bank, destacou que “é uma iniciativa que não tem a ver com o curtíssimo prazo”. Ele destacou, no entanto, a relevância de uma proposta que também “vai incidir na União Europeia. Vai fazê-los pensar sobre a conveniência de se chegar a um acordo de livre comércio”.

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Em 2011, a China exportou ao Mercosul o equivalente a 48,451 bilhões de dólares (34% mais do que o ano anterior) e importou do bloco sul-americano US$ 51,033 bilhões (37,9% a mais do que em 2010).

Paraguai – Os ‘bons ventos’ que poderão vir no longo prazo, com a potencialização do comércio do Mercosul com o gigante asiático, dificilmente conseguirão desviar, contudo, a atenção do tema central do encontro, que girará em torno do Paraguai, cuja participação foi suspensa como condenação ao impeachment do presidente Fernando Lugo. Nesta semana, ele foi destituído pelo Congresso paraguaio com o argumento de um massacre em uma desocupação de terras, e o novo governo é chefiado por aquele que ocupava o posto de vice, Federico Franco.

Estão convidados para a cúpula, além de três membros plenos do Mercosul (Brasil, Argentina e Uruguai), presidentes ou ministros do Chile, da Bolívia (associados), da Venezuela, do Peru, do Equador e da Colômbia.

Unasul – A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) também se reunirá nesta sexta-feira em Mendoza para abordar a questão paraguaia, embora em nível de chanceleres e não de chefes de Estado, disse uma fonte governamental.

Lugo anunciou que será ele e não seu substituto que assistirá à cúpula do Mercosul em Mendoza, onde o Paraguai deve receber da Argentina a presidência pró-tempore do bloco.

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A decisão de suspender o Paraguai tem um “sentido didático para evitar que assuntos desta natureza que ocorreram no Paraguai ocorram em outros países”, disse o ex-presidente e senador brasileiro José Sarney à Agência Senado.

Ainda que não se tenha descartado que presidentes do Mercosul considerem “medidas posteriores a serem adotadas”, o presidente do Uruguai, José Mujica, manifestou-se contrário a aplicar um “isolamento econômico” contra esse país.

O chanceler argentino, Héctor Timerman, afirmou que “as decisões que serão tomadas no Mercosul e na Unasul serão feitas de forma a não prejudicar o povo paraguaio”.

O Chile, país associado ao Mercosul, “não vai tomar medidas que signifiquem um dano à população do Paraguai, (como) chegar ao extremo das sanções comerciais”, disse seu chanceler, Alfredo Moreno.

(com Agence France-Presse)

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