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Para o governo, nem todas as empreiteiras da Lava Jato estão em apuros

Palácio do Planalto trabalha com dois tipos de empreiteiras com problemas: as empresas que têm ativos para vender e quitar suas dívidas e aquelas que enfrentam mais dificuldade para gerar caixa a curto prazo

Por Da Redação
17 jan 2015, 11h26

O mapeamento encomendado pelo governo sobre a situação financeira das empreiteiras envolvidas na operação Lava Jato, da Polícia Federal, está medindo o tamanho exato do risco assumido pelos bancos com a concessão de empréstimos a essas empresas. O governo dividiu as companhias em dois grupos: as empresas que têm ativos para vender e quitar suas dívidas e aquelas que enfrentam mais dificuldade para gerar caixa a curto prazo.

Pelas informações preliminares, obtidas pelo Estado, a situação seria mais tranquila para os bancos que financiaram apenas empresas ou projetos considerados independentes das holdings sob investigação.

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Nessa situação estão os bancos que financiaram, por exemplo, a Invepar (controlada pela OAS e por fundos de pensão de estatais) e a Odebrecht Transport (do grupo Odebrecht). Segundo uma fonte de um banco envolvido no mapeamento, essas empresas tocam projetos bem estruturados, com sócios financeiros fortes e capitalização a ponto de permitir uma “vida própria” em relação aos controladores. São empresas em outro “patamar”, com bons ativos que podem até ser vendidos para ajudar no caixa das holdings.

A situação mais crítica está nos bancos que emprestaram diretamente a grupos como UTC e Engevix, por exemplo. Essas empresas, segundo o levantamento, devem ter mais dificuldade porque o endividamento é mais pesado e de curto prazo. No fim de 2014, a Petrobrás teve de honrar compromissos da Galvão Engenharia e da Mendes Júnior com seus fornecedores para evitar uma quebradeira do setor de óleo e gás. “De uma forma geral, a maioria delas tem ativos que podem ajudar numa solução”, disse a fonte.

O problema, entretanto, é o tempo para isso. É caso da OAS, segundo o governo, que tem muitos vencimentos concentrados no curto prazo. A empreiteira teria condições econômicas de levantar recursos ao vender os próprios ativos. Mas precisaria de tempo – ela já deixou de honrar parcelas de dívidas.

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Reforço – O foco principal, agora, é mapear essa exposição e reforçar as garantias dos créditos já oferecidos. “Cada nova operação tem de ser olhada com muito cuidado e ver se faz sentido”, disse uma fonte da área econômica. Se para ter uma “solução definitiva” for preciso um novo empréstimo, a orientação do governo é concedê-lo.

Por isso, um socorro à Sete Brasil, uma das principais fornecedoras da Petrobras, é considerado emblemático para destravar o nó com boa parte das demais empresas envolvidas na Lava Jato, disse outra fonte. A equipe de Dilma pediu “empenho” ao Banco do Brasil para “desatar esse nó” e evitar uma crise no sistema financeiro e na cadeia produtiva, segundo publicou ontem a Folha de S. Paulo. Um empréstimo de 3,5 bilhões de dólares, com recursos do BNDES, deve ser liberado nos próximos dias. O sucesso desse empréstimo criaria uma “atmosfera de segurança” e permitiria liberar 800 milhões de reais para aliviar o caixa da Sete. O BB estuda se libera o valor total ou se divide a operação com outros bancos.

Procurada, a UTC afirmou que a holding e todas as empresas do grupo vêm cumprindo “rigorosamente” seus compromissos. “A UTC repudia veementemente qualquer tentativa de lançar dúvidas sobre sua capacidade de honrar seus contratos”. A Engevix disse ter ativos diversos e concessões na área de infraestrutura. “Há diversas alternativas possíveis para passar por esta fase e depois seguir operando”. A Odebrecht Transport negou que a Lava Jato a levaria a vender ativos ou participação em empresas. A holding disse que não venderá a Odebrecht Transport. A OAS afirmou que está em discussão com alguns de seus principais credores para “uma reestruturação financeira organizada”, que inclui a venda de ativos para reforçar sua liquidez. A Invepar não se pronunciou.

(Com Estadão Conteúdo)

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