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Para Amorim, ainda há ‘considerações financeiras’ sobre a compra dos Rafale

Por Miguel Medina
18 out 2011, 12h07

O ministro brasileiro da Defesa, Celso Amorim, afirmou nesta terça-feira que o Brasil sabe que “não poderá adiar indefinidamente sua decisão” sobre a compra de aviões de combate Rafale da França, mas que agora prevalecem as “considerações financeiras”.

“O tema dos aviões de combate foi evocado de forma bastante geral e, neste momento, a consideração fundamental diante de uma decisão é de ordem financeira e econômica dada a situação do mundo”, respondeu Amorim em uma coletiva de imprensa conjunta com o ministro da Defesa francês, Gérard Longuet.

Questionado insistentemente a respeito, o ministro brasileiro fundamentou a posição do Brasil em que, embora “a economia do Brasil crescerá 4%, não sabemos exatamente quais serão as consequências da crise financeira mundial no Brasil”.

“É preciso ser prudentes, sem esquecer que nossas necessidades em defesa vão exigir uma decisão que não poderá ser adiada indefinidamente”, acrescentou Amorim, que destacou o diálogo “muito aberto e franco” com a França em relação à cooperação em diversos âmbitos, como a “defesa cibernética”.

A França segue aspirando obter uma milionária licitação com o Brasil para a venda de 36 aviões de combate Rafale, do construtor aeronáutico francês Dassault Aviation, que está a serviço das Forças Armadas francesas, mas que nunca foi vendido ao exterior.

Em 2009, durante uma visita oficial ao Brasil, o presidente francês Nicolas Sarkozy anunciou que venderia esses caças ao país, mas as discussões estão suspensas desde o fim da presidência de Lula e a chegada ao poder de Dilma Rousseff, que argumentou cortes orçamentários.

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Outros dois construtores aeronáuticos disputam esta licitação, que oscila entre 4 e 7 bilhões de dólares: a americana Boeing, com o F/A-18 Super Hornet, e a sueca Saab, com o Gripen NG.

O antecessor de Amorim, Nelson Jobim, indicou na França em julho que uma decisão sobre a eventual compra do Rafale foi adiada “até o início de 2012”.

Amorim, que respondeu a todas as perguntas em francês, disse que “não está excluída” uma decisão em 2012, mas esclareceu que “não está prevista”.

No entanto, admitiu que a frota da Força Aérea Brasileira (FAB) precisa ser renovada. “Há urgência porque, por exemplo, a vida útil dos Mirage está se esgotando e será muito caro mantê-los depois de 2013”.

“Mas não é apenas a urgência o que determina as coisas, mas também as possibilidades materiais”, insistiu o ex-chanceler brasileiro, que posteriormente se reuniu com o ministro francês das Relações Exteriores, Alain Juppé.

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Segundo uma breve declaração do porta-voz da chancelaria francesa, Bernard Valero, Amorim e Juppé conversaram sobre o “conjunto das relações bilaterais”.

Na quarta-feira ao meio-dia Amorim se encontrará com o presidente Sarkozy e depois visitará em Cherburgo (noroeste da França) um estaleiro naval onde está sendo construído um dos quatro submarinos convencionais da classe “Scorpene” que o Brasil comprou da França em 2009, no âmbito de um programa de cooperação bilateral.

Este acordo de transferência de tecnologia assinado com a França também inclui um submarino de propulsão nuclear.

Amorim ressaltou em Paris que “a parte nuclear” é fabricada no Brasil.

O ministro, que na segunda-feira se reuniu em Lisboa com o primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, destacou a participação “pela primeira vez” em um palco de operações no Mediterrâneo, em particular na Força Interina da ONU no Líbano (FINUL) de uma fragata brasileira.

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