Por Vinicius Neder
Rio – O alto custo da energia é um dos principais fatores que minam a competitividade da economia brasileira, mas o governo está determinado a agir para melhorar o quadro, num esforço pessoal da presidente Dilma Rousseff. A opinião é do presidente da Alcoa para o Brasil e a América Latina, Franklyn Feder. O executivo reuniu-se com a presidente há cerca de uma semana e afirmou que Dilma comparou sua preocupação com o tema da energia à ação recente para reduzir os juros.
Feder disse que saiu da reunião “confiante” em relação à postura do governo. “A presidente está comprometida a lidar com a questão do alto custo da energia”, disse o presidente da Alcoa após participar do fórum Creativity 4 Innovation, organizado pela Câmara Internacional do Comércio (ICC, na sigla em inglês), nesta quarta-feira, no Rio.
Segundo Feder, embora o Brasil tenha grande reserva de bauxita, grande participação da hidreletricidade na matriz energética e um importante mercado consumidor, os altos custos de energia tornaram a produção de alumínio pouco competitiva nos últimos anos. No sistema global da Alcoa, que no início do ano anunciou corte de 12% na produção global, o Brasil tem o maior custo de energia. A princípio, porém, não haverá cortes na produção brasileira.
Ainda de acordo com Feder, a competitividade da produção de alumínio no Brasil depende de uma redução de curto prazo. Embora cerca de 70% da produção de energia da Alcoa venha de autogeração, demoras no licenciamento de novos projetos – como das hidrelétrica de Pai Querê, no Rio Grande do Sul, e de Santa Isabel, no Rio Araguaia, divisa entre Tocantins e Pará – e o tempo necessário até sua implementação tornam esse caminho uma solução de longo prazo.