SÃO PAULO, 21 de novembro (Reuters) – O dólar fechou acima de 1,80 real pela primeira vez em um mês e meio, e as bolsas recuaram no Brasil e nos Estados Unidos, em meio à falta de acordo sobre o corte de gastos nos Estados Unidos.
O impasse se somava à ansiedade dos investidores com a crise da dívida na Europa nesta segunda-feira, criando um cenário de aversão a risco.
Os líderes republicanos e democratas de um “supercomitê” do Congresso formado por 12 membros devem anunciar uma derrota após três meses de negociações terem fracassado devido a profundas divisões sobre impostos e gastos.
Em São Paulo, o presidente do Federal Reserve de Atlanta, Dennise Lockhart, afirmou que a falta de progresso sobre a política fiscal de longo prazo contribui para a incerteza que prejudica a economia dos Estados Unidos.
Em Wall Street, as bolsas exibiam a menos de uma hora do fechamento queda de mais de 2 por cento, com o Standard & Poor’s 500 abaixo de 1.200 pontos pela primeira vez em um mês.
Na Europa, o premiê grego Lucas Papademos pressionou os líderes partidários do país a assinar o compromisso exigido pelos credores do país para liberar a próxima parcela da ajuda, mas Antonis Samaras, do partido Nova Democracia, continua a afirmar que a votação do Parlamento é compromisso suficiente.
Além disso, a agência de classificação de risco Moody’s alertou que a nota da França, por enquanto “AAA”, pode ser afetada pelo aumento contínuo dos juros cobrados do país. Em resposta, o ministro das Finanças François Baroin disse que o custo de financiamento da França ainda está em “níveis muito favoráveis” e que o pacote de austeridade anunciado este mês não prejudicará o crescimento econômico.
No Brasil, o relatório Focus do Banco Central (BC) mostrou que o mercado manteve estimativa para a taxa básica de juros em 2012 em 10,00 por cento. A previsão para a inflação em 12 meses também ficou estável, em 5,62 por cento.
Na terça-feira, o mercado aguarda os dados do balanço de pagamentos do país em outubro. A mediana da previsão de 12 analistas consultados pela Reuters é de um déficit de 3,5 bilhões de dólares nas transações correntes no mês passado.
Veja como ficaram os principais mercados nesta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,8130 real, em alta de 1,68 por cento.
BOVESPA O Ibovespa fechou com queda de 0,79 por cento, para 56.284 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 11,546 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS Às 18h36, o índice dos principais ADRs brasileiros caía 1,49 por cento, a 28.653 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 apontava 9,980 por cento ao ano ante 9,930 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3511 dólar, ante 1,3509 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 130,625 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,366 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil subia 4 pontos, para 236 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 7 pontos, a 381 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones recuava 1,79 por cento, a 11.585 pontos, o S&P 500 perdia 1,52 por cento, a 1.197 pontos, e o Nasdaq tinha desvalorização de 1,54 por cento, aos 2.532 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto caiu 0,77 dólar, ou 0,77 por cento, a 96,92 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,9705 por cento ante 2,005 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Patrícia Duarte)