SÃO PAULO, 4 Jan (Reuters) – As praças financeiras globais mostraram alguma recuperação no final desta quarta-feira, amparadas por dados positivos sobre a economia norte-americana. A melhora, contudo, seguiu frágil, diante de persistentes temores envolvendo a crise de dívida na zona do euro.
O foco das atenções de investidores se voltou nesta sessão para o UniCredit, maior banco da Itália em ativos, quelançou 7,5 bilhões de euros (9,8 bilhões de dólares) em direitos de subscrição com um elevado desconto, expondo a luta dos credores europeus em levantar capital e enfrentar a crise de dívida soberana, que está se espalhando.
A oferta, a maior de um banco europeu em mais de um ano, destina-se à reparação de seu devastado balanço e à adequação às rigorosas regras de capital para ajudar a restaurar a confiança dos investidores.
A zona do euro passará por um novo teste de confiança na quinta-feira, quando a França emitirá entre 7 e 8 bilhões de euros em bônus. Investidores temem que o país seja o próximo a sofrer cortes em seu rating soberano.
Nesta sessão, dados melhores sobre as encomendas à indústria nos Estados Unidos em novembro ajudaram a melhorar o humor de investidores, apesar da queda no gasto empresarial, considerado uma medida melhor do investimento futuro.
No Brasil, o Ibovespa conseguiu cravar alta no fechamento, enquanto o dólar descolou do movimento externo e caiu ante o real, reagindo a perspectivas de mais ingressos de recursos, depois de o Brasil na véspera voltar a emitir títulos soberanos com êxito e com captação também pela Vale nesta sessão.
A pauta doméstica contou com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicos (Fipe), que acelerou ligeiramente a alta para 0,61 por cento em dezembro, ante taxa de 0,60 por cento em novembro.
O número favoreceu reavaliações no mercado sobre o atual ciclo de queda da Selic, amparando alta nos contratos de juros futuros.
Veja como ficaram os principais mercados nesta quarta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,8272 real, em queda de 0,25 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa subiu 0,17 por cento, para 59.364 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 5,50 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
Às 18h15 (horário de Brasília), o índice dos principais ADRs brasileiros subia 0,67 por cento, a 30.469 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 estava em 10,130 por cento ao ano ante 10,040 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,2937 dólar, ante 1,3050 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 132,438 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,688 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 3 pontos, para 213 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 2 pontos, a 366 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,07 por cento, a 12.405 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,06 por cento, a 1.276 pontos, e o Nasdaq registrava variação negativa de 0,05 por cento, aos 2.647 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto subiu 0,26 dólar, ou 0,25 por cento, a 103,22 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 1,9859 por cento ante 1,956 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de X)