SÃO PAULO, 11 de outubro (Reuters) – As incertezas quanto à resolução para a crise na zona do euro seguiram influenciando os mercados financeiros nesta terça-feira, com investidores concentrados na votação sobre o tema pela Eslováquia, único membro da zona do euro que ainda não aprovou o reforço do fundo.
Numa primeira votação, o Parlamento do país rejeitou o plano de fortalecer o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês). No entanto, espera-se que o pacote seja votado novamente, já que o primeiro-ministro planeja solicitar ajuda à oposição.
As bolsas de valores em Nova York e na Europa mostraram fraqueza, também na expectativa com o início da temporada de balanços corporativos nos Estados Unidos, iniciado pela Alcoa.
A maior produtora de alumínio dos EUA reportou um lucro líquido maior no terceiro trimestre na comparação anual, mas abaixo das expectativas de Wall Street em meio à recente desaceleração econômica. As ações da companhia tombavam mais de 5 por cento no after-market.
A volatilidade externa também afetou os mercados domésticos ao longo do dia, mas a Bovespa e o real firmaram alta no fechamento. Já as projeções de juros recuaram, após dados mais fracos sobre o varejo brasileiro reforçarem expectativas sobre quedas adicionais da Selic, a uma semana da reunião do Comitê de Política Monetária.
As vendas no varejo recuaram 0,4 por cento em agosto sobre julho, pior resultado desde março de 2010, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os mercados locais ficarão fechados na quarta-feira, devido ao feriado nacional de Nossa Senhora Aparecida. As operações retornam na quinta, dia em que os agentes devem repercutir a leitura de agosto do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) e os números sobre o fluxo cambial da primeira semana de outubro.
Antes, na quarta-feira, as praças internacionais vão analisar a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, ocorrida no final de setembro, quando o banco central norte-americano lançou um novo programa de estímulo econômico, chamado de “Operação Twist”.
Veja o fechamento dos principais mercados nesta terça-feira:
CÂMBIO
O dólar terminou a 1,7595 real, em queda de 0,26 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa subiu 1,06 por cento, para 53.838 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,30 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros avançaram 0,75 por cento, a 28.581 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 apontava 10,460 por cento ao ano, ante 10,490 por cento no ajuste anterior.
EURO
Às 18h14, a moeda comum europeia era cotada a 1,3644 dólar, ante 1,3642 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia a 131,688 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,328 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 30 pontos, para 226 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 24 pontos, a 379 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caiu 0,15 por cento, a 11.416 pontos; o S&P 500 teve variação positiva de 0,05 por cento, a 1.195 pontos, e o Nasdaq apurou ganho de 0,66 por cento, a 2.583 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo fechou em alta de 0,40 dólar, ou 0,47 por cento, a 85,81 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,1585 por cento ante 2,076 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Isabel Versiani)