Por Silvio Cascione
SÃO PAULO, 12 Dez (Reuters) – As agências de classificação de risco esfriaram o ânimo inicial de parte dos investidores com a cúpula da União Europeia (UE), mantendo a ameaça de rebaixamento da nota de países da zona do euro e provocando a queda das bolsas nesta segunda-feira.
O Ibovespa perdeu mais de 1 por cento, e o dólar subiu mais de 2 por cento ante o real. No mercado de juros futuros, a curva mostrou tendência de baixa, indicando uma maior expectativa de redução dos juros no ano que vem.
A agência Fitch informou nesta segunda-feira que a ausência de uma solução “abrangente” e imediata para a crise aumentou a pressão de curto prazo sobre os ratings dos países da zona do euro. Na mesma linha, a Moody’s alertou que os ratings da zona do euro continuam sob pressão e que espera revisar as notas no primeiro trimestre do próximo ano.
O mercado aguarda ainda para os próximos dias a definição da Standard & Poor’s sobre as notas dos países da região. Antes da cúpula, a agência havia ameaçado rebaixar os ratings de vários países, incluindo Alemanha e França. Nesta segunda-feira, a agência argumentou que serão necessárias mais cúpulas para resolver o problema na zona do euro.
A agenda de indicadores foi reduzida. A estimativa para a alta em 2012 do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo o boletim Focus do Banco Central, caiu para 5,42 por cento, ante 5,49 por cento na semana anterior.
Além disso, os investidores voltaram a reduzir o prognóstico para a Selic em 2012 para 9,50 por cento ao ano, queda de 0,25 ponto percentual comparado à previsão de 9,75 por cento trazida pelo documento anterior.
No comércio exterior, a balança brasileira registrou déficit de 730 milhões de dólares na segunda semana de dezembro, primeiro saldo negativo desde a primeira semana de novembro e que neutraliza o superávit de 319 milhões de dólares da semana anterior.
Na terça-feira, o mercado recebe o resultado das vendas no varejo no Brasil em outubro. A mediana das previsões de analistas consultados pela Reuters é de desaceleração das vendas para uma alta de 0,15 por cento, ante 0,6 por cento em setembro.
Veja como ficaram os principais mercados nesta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,8445 real, em alta de 2,14 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caiu 1,53 por cento, para 57.346 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 6,8 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
Às 18h47, o índice dos principais ADRs brasileiros caía 3,06 por cento, a 29.177 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 caía a 9,820 por cento ao ano ante 9,860 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3186 dólar, ante 1,3372 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 132,375 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,840 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil estava estável em 208 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 3 pontos, a 365 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 1,52 por cento, a 11.999 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 1,68 por cento, a 1,234 pontos, e o Nasdaq registrava variação negativa de 1,44 por cento, aos 2.608 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto caiu 1,64 dólar, ou 1,65 por cento, a 97,77 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 2,0244 por cento ante 2,063 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Edição de Patrícia Duarte)