SÃO PAULO, 16 Fev (Reuters) – Dados melhores que o esperado sobre a economia dos Estados Unidos levaram otimismo aos mercados financeiros globais na segunda metade desta quinta-feira, ao mesmo tempo que a Grécia voltou a sinalizar estar próxima de receber um resgate internacional para evitar um default desordenado.
As bolsas globais fecharam em alta e a cotação do dólar recuou diante do real, do euro e de uma cesta de moedas, depois de ter subido pela manhã com a aversão aos ativos de risco, provocada pelo atraso na aprovação da ajuda à Grécia.
À tarde, autoridades da zona do euro disseram que não obtiveram apoio propostas sugeridas por alguns países da região de adiar o debate sobre o pacote até as eleições gregas, em abril. Os últimos detalhes de um segundo acordo de resgate ao país estão sendo finalizados para a aprovação dos ministros das Finanças da zona do euro na segunda-feira.
Indicadores econômicos nos Estados Unidos continuaram mostrando resiliência na maior economia do mundo.
O número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego caiu inesperadamente na semana passada, para perto de uma mínima em quatro anos, enquanto a atividade empresarial na região Meio-Atlântico do país ganhou força em fevereiro, com a aceleração de novas encomendas.
No Brasil, o Banco Central divulgou que seu Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), um sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu pelo segundo mês consecutivo em dezembro, mostrando que a atividade nos três últimos meses do ano deve ter ganhado tração e impactado positivamente a economia no início deste ano.
Apesar de ter vindo acima das expectativas e de ter sinalizado aceleração da economia, o indicador não teve influência sobre a expectativa de redução das taxas de juros. No mercado de juros futuros, as taxas ficaram em queda, sem alterar a tendência dos últimos dias.
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o resultado do IBC-Br mostra que a indústria está em “rota de recuperação”. Mantega acrescentou que a economia brasileira, depois de registrar uma atividade mais moderada no primeiro semestre, vai crescer a uma taxa anualizada superior a 5 por cento na segunda metade do ano.
O ministro já havia afirmado que a queda na taxa de juros será favorecida não só pelo recuo da inflação, mas também pelo contingenciamento de 55 bilhões de reais no Orçamento anunciado na quarta-feira.
Mais cedo, números endossaram sinais de que a inflação está perdendo força no início deste ano.
Veja como ficaram os principais mercados financeiros nesta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,7189 real, em queda de 0,25 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa subiu 1,18 por cento, para 66.141 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 8,39 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
Às 18h47 (horário de Brasília), o índice dos principais ADRs brasileiros subia 2,04 por cento, a 34.107 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
No call das 16h, o DI janeiro de 2013 estava em 9,220 por cento ao ano, ante 9,270 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3145 dólar, ante 1,3070 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, estava estável em 133,063 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,273 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 4 pontos, para 201 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 6 pontos, a 335 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,97 por cento, a 12.904 pontos, o S&P 500 tinha alta de 1,12 por cento, a 1.358 pontos, e o Nasdaq ganhava 1,53 por cento, aos 2.960 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto fechou em alta de 0,51 dólar, ou 0,50 por cento, a 102,31 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 1,9861 por cento, frente a 1,933 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por Hélio Barboza; Edição de Patrícia Duarte)