SÃO PAULO, 8 Fev (Reuters) – A apreensão quanto às negociações para a Grécia evitar um default fragilizava os mercados financeiros globais nesta quarta-feira, após um otimismo inicial que deu suporte a ativos de risco.
No Brasil, o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio, comprando dólares a termo, em meio ao forte ingresso de recursos. A autoridade monetária reportou que o país registrou um fluxo cambial positivo em 7,283 bilhões de dólares em janeiro, melhor resultado desde setembro e sustentado quase que totalmente pela conta financeira.
Mesmo com o leilão do BC, o dólar mantinha-se em queda frente ao real, descolando da moeda no exterior, que subia cerca de 0,2 por cento frente a uma cesta de divisas.
Investidores seguiam atentos ao noticiário envolvendo a Grécia. Os líderes do país devem acertar um acordo no final do dia sobre dolorosas medidas de austeridade, a fim de garantirem 130 bilhões de euros (172 bilhões de dólares) em um novo resgate, crucial para que o país não dê um calote desordenado da dívida em março.
Vários prazos já se esgotaram para um acordo entre os gregos. Líderes dos três partidos da coalizão do primeiro-ministro Lucas Papademos adiaram uma reunião crucial na terça-feira por causa da ausência de documentos, de acordo com uma autoridade.
Os atrasos levaram líderes da União Europeia (UE) a alertarem a Grécia que a zona do euro pode continuar existindo sem a nação.
O principal índice de ações da Europa terminou em baixa, saindo de uma máxima em seis meses alcançada mais cedo, quando predominou o otimismo de que Atenas consiguiria chegar a um acordo o quanto antes.
Em Wall Street, os índices também operavam no vermelho, apesar do balanço melhor que o esperado do Walt Disney Co .
A Bovespa acompanhava o fraco desempenho de Nova York e recuava, com a maior influência negativa vindo da blue chip Vale . Os agentes aguardam a divulgação dos balanços de Cielo e Lojas Renner nesta sessão, mas após o fechamento das operações locais.
Os contratos de DI seguiam em queda, refletindo a contínua percepção de que o BC continuará cortando a taxa básica de juros, após a autoridade monetária conduzir uma pesquisa entre investidores sobre o nível das taxas neutras de juros e de desemprego.
A pauta doméstica desta quarta-feira reservou novas leituras de inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) desacelerou a alta para 0,46 por cento na primeira quadrissemana de fevereiro, após acréscimo de 0,81 por cento na quarta quadrissemana de janeiro, com menores custos com educação e uma queda mais forte nos preços de vestuário, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
A FGV reportou ainda que o Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) voltou a subir em janeiro, mas menos que o esperado. O índice subiu 0,30 por cento no mês passado, contra expectativa de alta de 0,32 por cento, segundo a mediana de 16 previsões de pesquisa da Reuters.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 13h13 desta quarta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7169 real, em queda de 0,39 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 0,11 por cento, para 65.841 pontos. O volume financeiro na bolsa foi de 4,23 de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,08 por cento, a 34.081 pontos.
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O DI janeiro de 2013 estava em 9,390 por cento ao ano, ante 9,450 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3272 dólar, ante 1,3264 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 132,938 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,361 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 1 ponto, para 201 pontos-básicos. O EMB+ cedia 2 pontos, a 339 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 0,27 por cento, a 12.843 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,18 por cento, a 1.344 pontos, e o Nasdaq perdia 0,16 por cento, aos 2.899 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava alta de 98,61 dólar, ou 0,20 por cento, a 0,20 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 1,9822 por cento, frente a 1,977 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de Patrícia Duarte)