SÃO PAULO, 30 Jan (Reuters) – As incertezas em torno das discussões para evitar um default caótico da Grécia minavam a confiança de investidores nesta segunda-feira, que se afastavam de ativos de risco também após dados macroeconômicos mornos nos dois lados do Atlântico.
O mercado teme que a cúpula da União Europeia (UE) resulte em pouco progresso para diminuir a dívida grega e permitir que o país receba um segundo pacote de resgate, crucial para honrar 14,5 bilhões de euros em dívidas em meados de março.
Os líderes da UE devem aprovar a criação de um fundo permanente de resgate no encontro desta segunda, mas ainda divergem sobre temas como austeridade fiscal, crescimento econômico e as finanças da Grécia.
As bolsas de valores europeias e o euro perdiam cerca de 1 por cento. Em Wall Street, os índices também operavam no vermelho, contaminando as operações no mercado brasileiro.
Após dois dias de queda, o dólar voltava a subir ante o real, reverberando o movimento da moeda no exterior. O mau humor no cenário internacional favorecia também perda de prêmio nos contratos de DI, no dia em que o relatório Focus do Banco Central mostrou que investidores esperam que a Selic caia a 9,5 por cento mais cedo.
De acordo com o documento, que traz previsões colhidas pelo BC junto ao mercado, a expectativa é de que a Selic -hoje em 10,5 por cento- caia mais 0,50 ponto percentual na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de março; ceda a 9,63 por cento em abril e termine maio em 9,50 por cento, ficando nesse patamar ao longo do restante do ano.
No Focus divulgado na semana passada, a mediana das previsões apontava que o juro básico do país atingiria 9,50 por cento apenas em agosto.
A agenda internacional trouxe dados mostrando estabilidade no gasto do consumidor norte-americano em dezembro e crescimento na confiança do empresário da zona do euro.
Apesar da alta -a primeira desde o início de 2011-, economistas avaliaram que os números na zona do euro revelaram uma crescente diferença entre o desempenho da Alemanha e o do restante do bloco monetário.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 14h45 desta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7528 real, em alta de 0,82 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 0,78 por cento, para 62.412 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 2,9 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros caía 1,60 por cento, a 32.602 pontos.
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O DI janeiro de 2013 estava em 9,510 por cento ao ano, ante 9,610 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3105 dólar, ante 1,3224 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 132,938 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,429 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil subia 6 pontos, para 224 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 6 pontos, a 369 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 0,69 por cento, a 12.573 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,72 por cento, a 1.306 pontos, e o Nasdaq perdia 0,33 por cento, aos 2.807 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 0,39 dólar, ou 0,39 por cento, a 99,17 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,8266 por cento, frente a 1,8910 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de Hélio Barboza)