SÃO PAULO, 1o de dezembro (Reuters) – O governo brasileiro ampliou nesta quinta-feira o leque de ações contra uma desaceleração abrupta da economia, adotando medidas fiscais em complemento à política de cortes de juros adotada desde agosto e reiterada na noite de quarta pelo Banco Central (BC).
O pacote anunciado pelo Ministério da Fazenda sustentava a alta de mais de 2 por cento do Ibovespa e patrocinava a queda de mais de 1 por cento do dólar. Mas investidores alertavam que as medidas fiscais diminuem o espaço para uma redução mais agressiva da Selic no longo prazo, com as projeções mais longas de juros futuros subindo na BM&FBovespa.
Entre as decisões do governo estão a redução de 2 por cento para zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de investimentos estrangeiros em ações na bolsa, além de cortar de 3 para 2,5 por cento a alíquota do IOF que incide sobre o crédito a pessoas físicas.
O governo também está estimulando o setor produtivo com reduções das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Na linha branca, para os fogões, elas cairão de 4 por cento para zero, enquanto que para os refrigeradores e congeladores, de 15 para 5 por cento.
Na noite de quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a taxa Selic em 0,50 ponto percentual pela terceira reunião seguida, cumprindo a expectativa de analistas, que previam juro a 11,00 por cento no fim do ano.
As medidas do governo para estimular o crescimento descolavam o mercado local do exterior, onde as bolsas operavam perto da estabilidade, sem tendência definida.
Na agenda norte-americana, o índice de atividade manufatureira avançou de 50,8 para 52,7 em novembro, maior nível desde junho, com o crescimento das novas encomendas. Além disso, o gasto com construção cresceu mais do que o esperado em outubro, em 0,8 por cento, para uma taxa anual de 798,53 bilhões de dólares.
No entanto, os novos pedidos de auxílio-desemprego tiveram alta inesperada na semana passada, levando o total de requisições para acima de 400 mil pela primeira vez um mês e reforçando a avaliação de que o combalido mercado de trabalho está se recuperando apenas lentamente.
Veja como estavam os principais mercados às 13h45 desta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7955 real, em queda de 0,95 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa subia 2,32 por cento, para 58.196 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 2,94 bilhão de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 1,73 por cento, a 29.944 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
Os contratos de DI exibiam alta, com o DI janeiro de 2013 em 9,740 por cento ao ano, ante 9,630 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3463 dólar, ante 1,3441 dólar no fechamento anterior.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia para 130,938 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 2,233 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 10 pontos, para 218 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 10 pontos, a 361 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones perdia 0,25 por cento, a 12.015 pontos, o S&P 500 tinha queda de 0,13 por cento, a 1.245 pontos, e o Nasdaq registrava variação negativa de 0,05 por cento, aos 2.618 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto caía 0,15 dólar, ou 0,15 por cento, a 100,26 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, recuava, oferecendo rendimento de 2,1119 por cento ante 2,072 por cento no fechamento anterior.
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(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de José de Castro)