SÃO PAULO, 12 Mar (Reuters) – O dólar saltava cerca de 2 por cento ante o real nesta segunda-feira, enquanto a Bovespa caía, após o governo voltar a tomar medidas para evitar uma valorização do real, enquanto no exterior os mercados financeiros se dividiam entre dados ruins sobre a balança comercial chinesa, as preocupações com a zona do euro e a expectativa pela decisão de política monetária nos Estados Unidos.
O governo anunciou a elevação para cinco anos do prazo para incidência do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos no exterior. O prazo foi ampliado onze dias depois de o governo aumentar para três anos o período médio de contratação de linha de financiamento.
Em nota, o Ministério da Fazenda afirmou que a medida reforça a decisão do governo federal de reduzir o fluxo de capital especulativo e classificou a medida como “prudencial”.
O dólar chegou a subir mais de 2 por cento, nos maiores níveis desde meados de janeiro e acima de 1,80 real.
A nova medida no mercado de câmbio ecoava também no segmento acionário, já afetado por números ruins da balança comercial chinesa. O gigante asiático anunciou no domingo déficit comercial de 31,5 bilhões de dólares em fevereiro, o maior em pelo menos uma década, gerando preocupações de que a demanda global esteja fraca.
Em Wall Street, investidores mantinham as expectativas por um comunicado do Federal Reserve a ser divulgado após sua decisão de juros, na terça-feira, em busca de sinais sobre se o Fed vai esfriar perspectivas de uma nova rodada de estímulos, o que pode dificultar a continuação do recente rali do mercado acionário.
O noticiário europeu também seguia no radar. A Grécia informou a conclusão da troca dos bônus sob a lei grega, movendo as atenções agora para Espanha e Itália, alvos de dúvidas sobre a capacidade de gerenciarem suas dívidas públicas. [ID:nE5E8DT03L0 O índice europeu de ações FTSEurofirst 300 fechou em baixa de 0,22 por cento.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às xhx desta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,8280 real, em alta de 2,40 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 0,53 por cento, para 66.349 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 2,83 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros caía 2,21 por cento, a 33.273 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2014 estava em 9,290 por cento ao ano, ante 9,230 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3150 dólar, ante 1,3113 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 2 pontos, para 180 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 1 ponto, a 319 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,20 por cento, a 12.948 pontos, o S&P 500 tinha baixa de 0,13 por cento, a 1.369 pontos, e o Nasdaq perdia 0,26 por cento, aos 2.980 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 1,19 dólar, ou 1,11 por cento, a 106,21 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,0209 por cento, frente a 2,03 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de Hélio Barboza)