SÃO PAULO, 15 Mar (Reuters) – A ata do Comitê de Política Monetária (Copom) centrava as atenções do mercado brasileiro nesta quinta-feira, com forte alta nos juros futuros e queda da Bovespa, enquanto o cenário externo apontava um quadro misto, no qual os investidores tentavam prosseguir com o recente rali que levou as bolsas de valores a máximas em vários meses.
O dólar operava perto da estabilidade frente ao real, depois de o Banco Central voltar a comprar moeda no mercado após mais de uma semana sem intervenções. Mais cedo, a divisa norte-americana chegou a cair mais de 1 por cento, na esteira da ata do Copom, que esfriou expectativas de um ciclo de afrouxamento monetário mais agressivo.
No documento -que detalhou os motivos pelos quais o BC acelerou na semana passada o corte da Selic a 0,75 ponto percentual, para 9,75 por cento ao ano-, o Copom deixou claro que pretende levar o juro básico para níveis “ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando”. Na mínima histórica, a Selic caiu a 8,75 por cento ao ano.
Na leitura do mercado, a Selic deve cair agora para até 9,00 por cento, ante estimativa anterior abaixo desse patamar. Tal avaliação provocava um forte ajuste de alta nos contratos de juros futuros curtos e médios, enquanto os mais longos caíam, diante de menores temores com a inflação.
O Tesouro Nacional já pagou mais caro ao vender Letras do Tesouro Nacional (LTN) de vencimento longo.
A perspectiva de quedas menores no juro influenciava inclusive o mercado de ações, com os setores bancário e de construção -que se beneficiam de juros mais baixos- pressionando o Ibovespa para baixo.
No fronte internacional, os mercados repecutiam novos dados sugerindo contínua melhora no mercado de trabalho norte-americano. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego tiveram queda de 14 mil solicitações, para 351 mil em números sazonalmente ajustados, voltando para o menor patamar em quatro anos atingido em fevereiro.
As bolsas de valores em Nova York sustentavam leve alta, com o índice Standard and Poor’s 500 superando os 1.400 pontos pela primeira vez desde junho de 2008. Na Europa, o FTSEurofirst 300fechou em alta de 0,28 por cento.
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 14h48 desta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,8027 real, em queda de 0,24 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 0,48 por cento, para 67.927 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,9 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros subia 0,28 por cento, a 34.425 pontos.
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O DI janeiro de 2014 estava em 9,600 por cento ao ano, ante 9,390 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3085 dólar, ante 1,3027 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 132,875 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,296 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 3 pontos, para 164 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 1 ponto, a 300 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,30 por cento, a 13.233 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,49 por cento, a 1.401 pontos, e o Nasdaq ganhava 0,51 por cento, aos 3.056 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 0,32 dólar, ou 0,3 por cento, a 105,11 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,2705 por cento, frente a 2,274 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por José de Castro; Edição de Hélio Barboza)