SÃO PAULO, 28 de julho (Reuters) – Dados macroeconômicos nos Estados Unidos patrocinavam alguma recuperação nas principais praças financeiras globais nesta quinta-feira, enquanto no Brasil a Bovespa tinha fôlego extra, após a ata do Copom sugerir pausa no ciclo de aperto monetário.
Depois de na véspera ter recuado à mínima em dez meses, o Ibovespa subia mais de 1 por cento. Os setores de construção e consumo eram os destaques positivos, com investidores mirando os efeitos de eventual estabilidade da Selic.
Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã, o Banco Central disse que o cenário prospectivo para a inflação mostra sinais mais favoráveis, notando também deterioração adicional dos mercados internacionais desde a reunião anterior.
Para alguns analistas, o documento apontou um cenário mais brando de inflação, sugerindo que no próximo encontro do Copom o ciclo de alta do juro pode ser interrompido.
Ainda assim, o BC quase não alterou o texto em relação ao documento anterior, o que limitava mudanças nas apostas no mercado futuro de juros. Os DIs tinham discretas oscilações.
No câmbio, após ter subido mais de 1 por cento na véspera, o dólar registrava apenas leve alta, com investidores reduzindo o ritmo de compras da meoda, digerindo as medidas anunciadas pelo governo na véspera para conter a especulação no setor.
A valorização da moeda norte-americana também seguia a tendência mundial, em meio à fraqueza do euro, diante de renovadas preocupações com a crise de dívida na Europa.
O principal índice das ações europeias operou em queda na maior parte da sessão, mas fechou no azul, depois de dados nos Estados Unidos aliviarem recentes temores com a recuperação econômica.
Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caíram na semana passada, ficando abaixo de 400 mil pela primeira vez desde abril. Um inesperado crescimento nas vendas pendentes de moradias no país em junho ante maio também melhorou o sentimento do mercado.
Os agentes seguiam atentos aos desdobramentos da questão de dívida nos EUA. A votação de um plano republicano visando cortar o déficit do país deve ocorrer ainda nesta quinta-feira, enquanto o prazo final para a elevação do teto da dívida do país se aproxima.
Veja a variação dos principais mercados às 13h37 desta quinta-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,5645 real na venda, em alta de 0,32 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA O Ibovespa crescia 1,07 por cento, para 58.912 pontos. O volume financeiro no pregão era de 2,7 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS O índice dos principais ADRs brasileiros ganahva 0,57 por cento, a 34.268 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2012 apontava 12,46 por cento ao ano, ante 12,47 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,4304 dólar, ante 1,4371 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, subia a 136,625 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,604 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS <11EMJ>
O risco Brasil caía 5 pontos, para 151 pontos-básicos. O EMBI+ recuava 4 pontos, a 265 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones subia 0,32 por cento, a 12.341 pontos; o S&P 500 tinha ganho de 0,54 por cento, a 1.311 pontos, e o Nasdaq crescia 0,97 por cento, a 2.791 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo declinava 0,23 dólar, ou 0,25 por cento, a 97,18 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,9491 por cento ante 2,982 por cento no fechamento anterior.
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(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)