
SÃO PAULO, 6 Mar (Reuters) – O quadro externo permanece no radar de investidores do mercado brasileiro, mas a divulgação do PIB nacional no quarto trimestre de 2011 deve centralizar atenções nesta terça-feira na pauta local, principalmente por causa dos efeitos nas expectativas para as reuniões do Copom -que inclusive anuncia decisão na quarta-feira-, bem como para o rumo da economia em 2012 e (por que não?) em 2013.
A economia brasileira deve ter voltado a crescer no final do ano passado após os cortes na Selic e incentivos fiscais, reforçando a expectativa de uma retomada em 2012, mostrou uma pesquisa da Reuters nesta quinta-feira. [ID: nL2E8E19M8]
Em entrevista na última sexta-feira ao chat do Trading Brazil, Marcelo Kfoury, economista-chefe do Citi no Brasil, afirmou que se o PIB “for muito ruim, quer dizer, perto de zero, isso aumenta as chances de cortes maiores do que 0,50 ponto percentual (na taxa Selic)”. Ele estima mais dois cortes de 0,50 ponto este ano e vê o juro subindo no ano seguinte.
Em relatório, a equipe do BNP Paribas escreveu que, “olhando para a frente, a economia vai acelerar durante o ano. Um carryover estatístico pobre vai puxar para baixo a leitura média do número principal, mas 2012 vai acabar muito mais forte do que começou, em uma imagem espelho de 2011. Esteja pronto para ouvir falar sobre ‘superaquecimento’ em 2013”.
Nos mercados internacionais, preocupações renovadas sobre o crescimento econômico na Europa e as incertezas a respeito do acordo de troca de dívida entre a Grécia e seus credores privados se refletiam em perdas nas principais bolsas internacionais, em sessão com fraca agenda de divulgações norte-americanas.
Autoridades gregas desmentiram nesta terça-feira rumores do mercado de que a data-limite para a troca de dívida com os credores privados em 8 de março poderia ser adiada para aumentar a participação na oferta. “Nós negamos os rumores sobre extensão do prazo para a troca de bônus”, disse à Reuters uma autoridade do Ministério das Finanças.[ID: nL2E8E60HH]
O Instituto de Finanças Internacionais avaliou que um default desordenado na Grécia provavelmente faria a Itália e Espanha precisarem de ajuda externa para impedir a dispersão de riscos e causariam mais de 1 trilhão de euros (US$ 1,3 trilhão) em danos à zona do euro. “Há alguns desdobramentos muito importantes e prejudiciais que resultariam de um default desordenado da dívida pública grega”, diz o IIF em documento obtido pela Reuters.
Também vale citar que a chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta terça-feira ter recebido garantias da presidente Dilma Rousseff de que o Brasil participaria de uma recapitalização do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que poderia ajudar a aumentar os fundos de crise para a zona euro. As duas líderes falaram com jornalistas após reunião em uma feira em Hanover, na qual discutiram as preocupações da presidente brasileira de que uma enxurrada de dinheiro barato a partir dos países industrializados, incluindo as operações de liquidez do Banco Central Europeu, prejudicará países como o Brasil, levando a uma valorização de suas moedas.
Às 8h20, o índice europeu FTSEurofirst 300 cedia 1,31 por cento e o futuro do norte-americano S&P 500recuava 0,81 por cento -11,00 pontos. O MSCI para ações globais perdia 0,85 por cento e, para emergentes, 1,38 por cento. O MSCI de ações da região Ásia-Pacífico com exceção do Japão verificava decréscimo de 1,75 por cento. Em Tóquio, o Nikkei fechou em baixa de 0,63 por cento. O índice da bolsa de Xangaiterminou com declínio de 1,41 por cento.
Entre as moedas, o euro depreciava-se 0,64 por cento, a 1,3133 dólar, o que influenciava a alta de 0,52 por cento do índice DXY, que mede o valor do dólar ante uma cesta com as principais divisas globais. Em relação ao iene, o dólar cedia 0,56 por cento, a 81,06 ienes. No caso das commodities, o petróleo do tipo Brent caía 0,46 por cento em Londres, a 123,23 dólares, enquanto o barril negociado nas operações eletrônicas em Nova York cedia 0,64 por cento, a 106,04 dólares.
Veja a agenda com os principais indicadores desta terça-feira [ID: nL2E8E60FZ]
Veja como estavam os principais mercados financeiros às 15h12 (horário de Brasília) desta segunda-feira:
CÂMBIO
O dólar era cotado a 1,7357 real, em alta de 0,18 por cento frente ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa caía 1,19 por cento, para 66974 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,18 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros caía 1,77 por cento, a 34.422 pontos.
JUROS <0#2DIJ:>
O DI janeiro de 2014 estava em 9,600 por cento ao ano, ante 9,590 por cento no ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3224 dólar, ante 1,3201 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil caía 1 ponto, para 189 pontos-básicos. O EMBI+ cedia 1 ponto, a 324 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones caía 0,36 por cento, a 12.930 pontos, o S&P 500 tinha alta de 0,57 por cento, a 1.361 pontos, e o Nasdaq perdia 0,93 por cento, aos 2.948 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava alta de 0,10 dólar, ou 0,09 por cento, a 106,79 dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, caía, oferecendo rendimento de 1,9965 por cento, frente a 1,979 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no terminal de notícias da Reuters pelo código )(Por Hélio Barboza)