KIEV, 4 Abr (Reuters) – O ex-diretor do Fundo Monetário Internacional (FMI) Dominique Strauss-Kahn voltou à arena das palestras internacionais na quarta-feira, apresentando-se na capital da Ucrânia, Kiev, sem enfrentar questões duras nem protestos públicos.
Desde que foi acusado por uma suposta tentativa de estupro nos Estados Unidos no ano passado, Strauss-Kahn manteve-se discreto. A acusação acabou sendo recusada, mas o escândalo o forçou a renunciar ao cargo no FMI e o tirou de uma eventual campanha presidencial da França.
Ele tentou voltar ao circuito público no mês passado, mas foi questionado sobre o caso de estupro quando falou na Universidade de Cambridge, na Grã-Bretanha, e teve de entrar em um carro da polícia a fim de escapar da fúria dos manifestantes.
Depois disso, Strauss-Kahn cancelou sua participação em um debate no Parlamento Europeu sobre a crise financeira após a oposição de vários parlamentares à sua presença.
A palestra dele na Ucrânia, organizada pela fundação de caridade do empresário bilionário Viktor Pinchuk, foi planejada cuidadosamente para evitar constrangimento.
A segurança foi reforçada para evitar a presença de pessoas não convidadas e os jornalistas não tiveram autorização para fazer perguntas, privilégio reservado a empresários, políticos e estudantes, muitos dos quais com bolsas de estudo pagas por Pinchuk.
“A contribuição do sr. Strauss-Kahn para o entendimento e a condução da crise financeira de 2008 é muito significativa e essa é uma ótima oportunidade aos estudantes e às autoridades de nosso país de discutir questões atuais com ele”, afirmou Pinchuk em um comunicado.
Strauss-Kahn falou sobre o futuro da economia global e disse que os líderes europeus precisam agir rapidamente para resolver as questões da zona do euro ou enfrentarão o seu colapso.
Quando questionado sobre a disputa presidencial na França, ele apenas observou que as ideias dos principais candidatos sobre o papel do governo não são muito diferentes das dos favoritos à campanha presidencial nos EUA.
“A tradição francesa é não falar sobre as eleições no exterior”, disse ele.
(Reportagem de Olzhas Auyezov)