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Pacote de corte de gastos não é “gran finale”, diz Haddad

Ministro admitiu que o país vai ver semanas difíceis, mas, que se houver algum problema de cálculo, a equipe econômica voltará para as planilhas de gastos

Por Camila Pati, Márcio Juliboni Atualizado em 29 nov 2024, 17h29 - Publicado em 29 nov 2024, 14h35
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  • O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira, 29, que  o pacote de cortes de gastos  “não é um gran finale” para a questão fiscal do país e que o Brasil vai ver semanas difíceis, tendo em vista a reação do mercado financeiro.

    “Nós não vamos conseguir fazer tudo o que precisa ser feito com uma bala de prata. Esse conjunto de medidas, ele não é o gran finale do que nós precisamos fazer. Daqui a três meses, pode ser que eu tenha que entrar de novo na planilha, discutindo a evolução da Previdência, a evolução do BPC”, disse o ministro, em evento da Febraban, nesta sexta-feira, 29. O evento também contou com a presença de Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, que assume o comando da autarquia em janeiro de 2025, no lugar de Campos Neto.

    Haddad disse que a jornada de trabalho é sete por zero na Fazenda. “Ninguém descansa, não tem sábado, não tem domingo, não tem feriado lá. Porque nós estamos comprometidos com essa agenda. Toda a minha equipe está”, disse o ministro, que pediu cautela na análise do pacote.

    Desde o anúncio do pacote fiscal, com medidas de corte de gastos, o mercado financeiro não vem reagindo bem, e o dólar chegou a 6 reais, com a desconfiança dos investidores com o compromisso do governo em atacar a questão fiscal com a responsabilidade necessária. O anúncio das medidas feito no mesmo momento da proposta de isenção do Imposto de Renda para pessoas com salários até 5.000 reais causou prejuízos à avaliação das medidas e aumentou a insegurança dos agentes financeiros. Especialistas divergem ainda dos cálculos apresentados pela Fazenda sobre o impacto das mudanças nos gastos públicos.

    “Eu sei que o papel da gente é escrever e se manifestar, mas um pouco de cautela para verificar rubrica a rubrica do que nós estamos falando. E se tiver algum problema de cálculo, nós vamos voltar para a planilha, nós vamos voltar para o Congresso, nós vamos voltar para a Presidência da República”, disse Haddad, afirmando que o Brasil sai de dez anos de desequilíbrio fiscal. “Tirando a pedalada de 2022, dez anos nós estamos vivendo isso aqui”, disse o ministro.

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    Haddad disse que o governo já enfrentou períodos difíceis em relação à desconfiança do mercado, quando o governo assumiu. “Eu lembrei de dois anos atrás, porque estava difícil dois anos atrás. Também, vamos viver semanas difíceis. Nosso papel é superar essas semanas difíceis, explicando, corrigindo, nos corrigindo”, disse, ressaltando que não há problema algum em fazer correções e que não existe soberba, e sim humildade.

    “Esses sustos, às vezes, podem ser transformados em momentos de unidade nacional, do proveito de um projeto. Tem que saber levar em consideração esses momentos, para chamar a atenção da sociedade e dos seus representantes”, disse o ministro.

    Haddad exaltou o crescimento da economia brasileira neste ano. “Estamos terminando um grande ano, nós vamos crescer 3,5%, o desemprego está em 6,2%”, disse. O ministro prometeu que o governo vai fechar o ano com déficit dentro do limite. “Falamos que nós vamos manter déficit zero, que seria zero se a gente tivesse aprovado a medida provisória do final do ano passado. Seria zero. Mas mesmo não aprovado, vai estar dentro da banda. Nós vamos continuar perseguindo. “Queremos derrubar esse déficit. Nós queremos reestruturar as finanças”, disse.

     

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