Os motivos que levam o BC a revisar a projeção do PIB para cima
Banco Central eleva a previsão do PIB para 2% e apesar da queda na inflação anual, alerta que os níveis ainda estão altos

O Banco Central revisou para cima sua projeção de crescimento do PIB, de 1,2% para 2%, refletindo melhorias em atividades industriais, setor de serviços e agricultura. No entanto, a instituição continua cautelosa em relação à inflação. Os dados estão no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado nesta quinta-feira, 29.
O Banco Central prevê uma inflação de 5,38% nos próximos 12 meses até setembro, com uma deflação de 0,08% em junho, seguida de aumentos nos meses seguintes. O comportamento favorável dos preços no atacado, tanto em alimentos quanto em produtos industriais, indica um arrefecimento da inflação nos próximos meses. A apreciação do real e a queda nos preços ao produtor indicam que esse movimento de desaceleração pode continuar nos próximos meses, apesar do aumento da inflação nos serviços. O processo de desinflação foi colocado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) como a variável essencial para que o colegiado possa começar a cortar os juros a partir da próxima reunião, em agosto.
Embora a inflação acumulada em doze meses tenha diminuído, o BC ressalta que ela ainda se mantém em um patamar elevado, incompatível com a meta estabelecida. No entanto, é esperado um aumento da inflação acumulada no segundo semestre de 2023 devido à exclusão dos efeitos das medidas tributárias implementadas no ano anterior e à continuidade dos efeitos das medidas tributárias deste ano.