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Os chineses mais ricos escondem 1 trilhão de dólares

Os que ocultam alguma parte do que ganham recebem 65 vezes mais que os 10% dos cidadãos mais pobres na China

Por La Vanguardia
23 ago 2010, 18h25

Essa “economia cinzenta” de que fala o relatório equivale a quase 30% do PIB de 2009

Quando o PIB chinês superou o do Japão dias atrás, todos os prognósticos apontaram que Pequim também desbancaria Tóquio no final do ano e se converteria na segunda economia do mundo, atrás dos Estados Unidos. Em dezembro, segundo os dados oficiais oferecidos pelos dois governos, a riqueza da China somará 5,4 trilhões de dólares, contra 5,3 trilhões do Japão. Ainda que segundo um estudo da Sociedade Chinesa de Reforma Econômica, financiada pelo Crédit Suisse, os dados oficiais não mostrem a verdadeira fotografia: ao PIB oficial deveria somar-se outros 1,36 trilhão de dólares de entradas não declaradas.

Essa “economia cinzenta” de que fala o relatório equivale a quase 30% do PIB de 2009. A maior parte dessa quantidade fora dos livros-caixa é dinheiro “ilegal ou quase ilegal”. O estudo comparou estatísticas oficiais com 4 mil entrevistas em 64 cidades chinesas. Para averiguar os ingressos de uma família, os entrevistadores perguntaram a seus amigos, colegas e parentes, garantindo o anonimato. Depois compararam os dados com os que a família havia declarado ao Birô Nacional de Estatística. “A boa notícia é que, segundo o resultado, o consumidor na China tem mais poder aquisitivo”, explica Ben McLannahan, colunista do Financial Times Lex. “A ruim, que segundo os dados aumentou a disparidade entre ricos e pobres.” Quase dois terços do dinheiro não declarado fica com 10% da população. E isso aumenta ainda mais a diferença entre ricos e pobres: segundo o estudo, os que ocultam alguma parte do que ganham recebem 65 vezes mais que os 10% dos cidadãos mais pobres na China. As cifras oficiais estimavam a diferença em 23 vezes.

De onde sai esse dinheiro cinzento? Principalmente de especulações em bolsa, compra e venda de propriedades imobiliárias, bônus de monopólios estatais ou de presentes caros de casamento. “É um dinheiro normalmente relacionado com corrupção, abuso de poder, investimento público, desenvolvimento imobiliário e outros interesses monopolísticos”, declarou Wang Xiaolu, economista da Sociedade Chinesa de Reforma Econômica, principal autor do estudo, ao diário Beijing Wan Bao.

Muitos especialistas se referem à corrupção como um mal endêmico na China. A abundância de “dinheiro do avô”, como se chama no país às entradas obtidas por vinculação direta ou indireta com o Partido Comunista, não é segredo. Desde 2006, os altos cargos públicos devem declarar seu patrimônio e de seus cônjuges e filhos. Pequim leva a cabo campanhas periódicas contra os funcionários corruptos, ainda que a cada poucos meses um novo escândalo relacionado com malversação de fundos, tráfico de influência ou nepotismo saia à luz. No Índice de Percepção da Corrupção Internacional da ONG Transparência Internacional, a China figurava no ano passado no posto 89, entre 170 paíse

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