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Oposição vai cobrar explicações sobre aporte bilionário do BC para salvar o PanAmericano, do Grupo Silvio Santos

Ajuda estaria sendo articulada há mais de um mês com o conhecimento de Lula

Por Da Redação
10 nov 2010, 08h01

Agora, feito o aporte, há expectativa de que não seja alterada a composição acionária da instituição – sendo mantida, portanto, a fatia de 51% do capital de posse do Grupo Silvio Santos e 49% da Caixa Econômica Federal

O megadepósito de 2,5 bilhões de reais e a troca da diretoria do Banco PanAmericano, anunciados na noite de terça-feira, foram a solução encontrada pelo Grupo Silvio Santos, pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco Central (BC) para que fossem resolvidos os problemas da financeira sem que o novo sócio, a Caixa, tivesse de fazer aportes. “O principal acionista resolveu todo o problema que apareceu”, diz fonte ligada à instituição. O tema teria sido, inclusive, debatido há pouco mais de um mês em encontro surpresa entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Silvio Santos no Palácio do Planalto. A oposição já se articula no Congresso Nacional para convocar os presidentes do BC, Henrique Meirelles, e da Caixa Econômica Federal (CEF), Maria Fernanda Ramos Coelho, para explicarem o depósito.

Quando as inconsistências foram encontradas no balanço do PanAmericano, foi decidido que o novo acionista, a Caixa, não teria responsabilidade inicial de realizar novos aportes, porque os problemas tiveram início em um período anterior à compra de 49% do capital da financeira pelo banco estatal. Dessa forma, o acionista majoritário teve de assumir toda a responsabilidade para cobrir o rombo aberto nos números.

Diante da responsabilidade integral do controlador, foi costurada solução ao longo das últimas semanas para que houvesse o mega-empréstimo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), sem que o Grupo Silvio Santos tivesse de tomar recursos junto ao mercado, o que poderia chamar a atenção para o problema.

O FGC é uma entidade privada constituída por todos os bancos que operam no Brasil e que garante depósitos de clientes nas instituições financeiras em caso de problema nos bancos. Por ter essa característica de “condomínio de depósitos”, os principais cotistas do FGC tiveram de aprovar o empréstimo anunciado terça-feira à noite. Para os principais cotistas do Fundo, é melhor emprestar o grande volume de dinheiro agora a ver o problema se espalhar, o que poderia colocar todo o setor em risco.

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A hipótese de a Caixa aumentar a participação no Panamericano foi rapidamente descartada, já que o banco federal já tem 49% das ações do banco. Sendo assim, a maior fatia da Caixa poderia transformar a financeira do Grupo Silvio Santos em uma entidade estatal. Agora, feito o aporte, há expectativa de que não seja alterada a composição acionária da instituição – sendo mantida, portanto, a fatia de 51% do capital de posse do Grupo Silvio Santos e 49% da Caixa Econômica Federal.

Reunião com Lula – O problema constatado no Panamericano teria sido anunciado diretamente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo empresário Silvio Santos. Em 22 de setembro, o apresentador de TV reuniu-se com Lula em um encontro não previsto na agenda do Palácio do Planalto. Oficialmente, o objetivo da reunião foi pedir uma doação de Lula ao Teleton, programa de televisão que arrecada dinheiro de empresas e pessoas físicas para a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD). Ao deixar o encontro, Silvio Santos disse que pedira doação de 12.000 reais e que o presidente da República gravasse vídeo para ser exibido no programa. A edição de 2010 do Teleton foi realizada no último fim de semana.

Nesta quarta-feira, presidente Lula negou que tenha tratado com o empresário Sílvio Santos, a liberação de recursos do Fundo Garantidor de Crédito para cobrir o rombo no banco PanAmericano. “Isso não é assunto de presidente da República. É assunto comercial do Banco Central”, afirmou.

Vale lembrar que a CaixaPar, braço de investimentos do banco estatal, fez uma longa e detalhada avaliação dos números do Panamericano antes de bater o martelo para a compra de 49% do capital do banco em dezembro de 2009. Na época, não havia sido encontrada nenhuma inconsistência nos balanços e relatórios.

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(Com Agência Estado)

Leia na coluna Radar, por Lauro Jardim:

O grupo Silvio Santos sangrou ontem. Foi obrigado a botar 2,5 bilhões de reais no Banco Panamericano, do qual é controlador e tem como sócio minoritário a Caixa Econômica Federal, por causa de uma série de operações que poderiam ser classificadas de “estripulias contábeis” feitas pela equipe encabeçada por Rafael Paladino, que até ontem era presidente do banco […]. Desde ontem, o Panamericano passsou a ser comandado por Celso Antunes da Costa (ex-Banco Real) e toda uma nova diretoria foi nomeada no lugar da antiga, integralmente demitida.

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