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Operador de Calheiros é alvo da PF em investigação do Postalis

A polícia investiga organização criminosa especializada no desvio de recursos previdenciários do fundo de pensão dos funcionários dos Correios

Por Da redação
Atualizado em 1 fev 2018, 10h31 - Publicado em 1 fev 2018, 09h43

A Polícia Federal (PF) investiga a partir desta quinta-feira a atuação de uma suposta organização criminosa especializada no desvio de recursos previdenciários do Fundo Postalis, o fundo de pensão dos funcionários dos Correios. Um dos alvos da investigação é Milton Lyra, apontado como operador do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Lyra é investigado no mesmo inquérito em que Calheiros por suposta atuação em investimentos fraudulentos do Postalis. Em relatório anexado ao inquérito, o MPF aponta que Lyra recebeu 13,8 milhões de reais de fundos de investimentos em que o Postalis é cotista – 3,5 milhões de reais do Atlântica Real Sovereign e 10,3 milhões de reais do Brasil Sovereign II.

No pedido de abertura do inquérito, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou que a quebra de sigilo telemática de Lyra mostra que há nada menos que seis números de telefone e um e-mail constantes em seu celular como sendo de Alex Predtechensky, ex-presidente do Postalis e denunciado por desvios no fundo.

Em novembro de 2017, o empresário Paulo Roberto Gazani Júnior, investigado na Operação Custo Brasil, desdobramento da Lava Jato, afirmou em acordo de colaboração premiada que o ex-presidente do Postalis Alexej Predtechensky pediu propina de 3% na negociação de uma operação de debêntures envolvendo a empresa JHSF, em um total de 75 milhões de reais.

À época, Predtechensky apontava a necessidade de honrar “compromissos” com seus padrinhos políticos do PMDB. Predtechensky comandou o fundo de pensão entre 2006 e 2012.

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No termo de colaboração, Gazani diz que o ex-presidente do Postalis, fundo de pensão dos funcionários dos Correios, não deixou claro quem do PMDB era o responsável por sua indicação para o posto, mas ele é conhecido por ser apadrinhado político do senador Edison Lobão (MA). Predtechensky já foi sócio de um dos filhos do senador, Márcio Lobão, em uma empresa que fechou há alguns anos.

O peemedebista nega a indicação política. Gazani Júnior também afirmou na delação que até uma igreja foi utilizada para mascarar suposto pagamento de propina para o ex-presidente do Postalis Alexej Predtchensky.

A reportagem tentou contato com a assessoria do empresário Milton Lyra. O espaço está aberto para manifestação.

Operação

A operação denominada Pausare continuará pelas próximas 48 horas em São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Alagoas, segundo a PF.

Ainda segundo a polícia, a investigação surge de auditorias de órgãos de controle encaminhados pelo Ministério Público Federal, que identificaram má gestão, irregularidades e impropriedades na aplicação dos recursos do Postalis – causando déficit de aproximadamente 6 bilhões de reais ao fundo. Como consequência, aposentados e funcionários do Correios, além do Tesouro Nacional, tiveram de aumentar a contribuição para o fundo de previdência.

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O Postalis é o maior fundo de pensão brasileiro em número de participantes e responsável por administrar um patrimônio de 8,77 bilhões de reais.

Foram emitidos 100 mandados judiciais para 62 equipes policiais. Segundo a PF, entre os alvos estão pessoas físicas, inclusive empresários em suposta articulação com gestores do fundo de pensão, e pessoas jurídicas, como empresas com títulos em bolsas de valores e instituições de avaliação de risco.

O nome da operação faz referência ao infinitivo presente do verbo latino pauso, palavra empregada com o sentido de aposentadoria.

(Com Estadão Conteúdo)

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