A Organização de Países Exportadores de Petróleo (Opep) elevou para 30 milhões de barris diários (mbd) o total da produção estipulada para seus 12 membros e minimizou a influência da crise econômica mundial na oscilação dos preços da commodity.
“A volatilidade dos preços do petróleo é essencialmente reflexo de especulações no mercado, exacerbadas por tensões geopolíticas, e não de desequilíbrios entre oferta e demanda”, disse através de comunicado a Opep após uma reunião ministerial em sua sede em Viena.
“O crescimento econômico é afetados por fatores distintos aos que afetam os preços do petróleo”, atualmente em torno de 100-110 dólares o barril, afirmou o secretário-geral da Opep, Abdalá El Badri, durante coletiva de imprensa.
A cota de 30 mbd é equivalentes a produção atual da Opep, incluindo a produção de petróleo do Iraque, que estava até então fora das medidas de produção do grupo, fixadas em 24,84 mbd há três anos para os outros 11 países membros.
“Cada país ajustará sua produção para adaptar-se ao retorno do petróleo líbio”, disse em Viena o ministro venezuelano de Energia, Rafael Ramírez, ao término da 160ª reunião da organização.
Contando com o Iraque, a Opep – que extrai cerca de 35% da oferta mundial de petróleo – produziu em novembro 30,68 mbd, segundo cifras da Agência Internacional de Energia (AIE), publicadas na terça-feira. Trata-se de seu maior nível de produção em três anos.
Os 11 países submetidos às cotas, no entanto, estavam longe de respeitar o limite de produção de 27,97 mbd, segundo a AIE.
Para compensar a interrupção do fornecimento líbio durante a guerra civil pela qual passou o país, a Arábia Saudita – maior produtor da Opep – decidiu unilateralmente incrementar sua produção, que superou os 10 mbd.
Outros países do Golfo fizeram o mesmo, recebendo críticas de outros países do grupo, como Venezuela e Irã, que denunciaram o excesso de produção da Opep, apesar de a atividade petroleira líbia estar sendo gradativamente retomada desde setembro.
A Opep se reúne periodicamente para fixar seu nível de produção, uma decisão que pode influir notavelmente nos preços do petróleo. A Opep defende preços que sejam favoráveis para os consumidores e para seus 12 membros exportadores.
Venezuela e Equador são os únicos integrantes latino-americanos deste grupo, que inclui grandes produtores como Arábia Saudita, Irã e Kuwait. O Iraque assumirá no ano que vem a presidência da Opep, cuja próxima reunião será celebrada em Viena em junho de 2012.