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ONU adota pacto para resgatar multilateralismo e salvar mundo de ‘catástrofe’

Apesar da resistência de alguns países em relação à construção de um futuro melhor, o consenso sobre a urgência de enfrentar as mudanças climáticas prevaleceu

Por Luana Zanobia Atualizado em 22 set 2024, 14h29 - Publicado em 22 set 2024, 14h26

Em um momento em que o multilateralismo enfrenta um de seus maiores desafios, a Assembleia Geral da ONU adotou o ambicioso “Pacto para o Futuro“, um conjunto de medidas destinado a enfrentar as crises interligadas que afligem o mundo atual: mudanças climáticas, insegurança nuclear, crescente desigualdade e o impacto descontrolado da tecnologia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou o pacto como um esforço para “resgatar o multilateralismo do abismo”, reconhecendo que as instituições internacionais falharam em acompanhar a complexidade das ameaças globais.

Com a adoção desse documento histórico, líderes de 193 nações concordaram com um plano que não apenas visa reduzir a crescente emissão de gases de efeito estufa, mas também estabelecer um marco regulatório internacional para a governança da Inteligência Artificial (IA). O Pacto também inclui um compromisso com o primeiro acordo multilateral sobre o desarmamento nuclear em mais de uma década. Para Guterres, estas são medidas cruciais em um momento em que “recursos que poderiam trazer oportunidades e esperança estão sendo investidos em morte e destruição”.

O “Pacto para o Futuro” não foi adotado sem resistência. Países como Rússia, Venezuela e Nicarágua expressaram oposição ao acordo, refletindo as profundas divisões geopolíticas que permeiam a governança global. No entanto, o consenso sobre a urgência das mudanças climáticas pareceu prevalecer. Durante seu discurso na Cúpula do Futuro, Guterres alertou que, apesar de décadas de alertas científicos, as emissões continuam a crescer. “A crise climática está destruindo vidas, devastando comunidades e prejudicando economias”, afirmou ele, em um apelo por uma transição acelerada para longe dos combustíveis fósseis. Essa mensagem ecoa uma crescente pressão sobre os países mais ricos para que assumam a liderança na descarbonização, especialmente em um momento em que as catástrofes naturais, exacerbadas pelo aquecimento global, estão se tornando mais frequentes e devastadoras.

Outro aspecto do Pacto é o compromisso com a criação de um Painel Científico independente sobre IA. A tecnologia, que rapidamente remodela setores econômicos e sociais, tem o potencial de aprofundar as desigualdades e ser usada para fins militares, uma preocupação amplamente destacada por Guterres. Ao estabelecer uma governança global para a IA, a ONU espera mitigar os riscos dessa tecnologia disruptiva, garantindo que seus benefícios sejam distribuídos de maneira justa e que os avanços tecnológicos sejam utilizados para o bem comum, em vez de exacerbar conflitos.

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A Declaração sobre Futuras Gerações, anexada ao Pacto, reforça a mensagem central da ONU: a necessidade de proteger as gerações vindouras das falhas atuais. “Ela ecoa o apelo da Carta das Nações Unidas para salvar as gerações seguintes do flagelo da guerra”, disse Guterres, destacando o comprometimento com a preservação da paz e segurança globais em um momento em que novas formas de conflito, alimentadas por avanços tecnológicos e tensões geopolíticas, ameaçam a estabilidade global.

No entanto, para além dos grandes gestos diplomáticos e das palavras fortes, o sucesso do “Pacto para o Futuro” dependerá da capacidade dos líderes globais de transformar promessas em ações concretas. Enquanto o apelo por “decisões difíceis” é uma constante nos discursos de Guterres, a execução dessas mudanças, especialmente em um ambiente global cada vez mais fragmentado, será o verdadeiro teste para a eficácia do multilateralismo no século XXI. Afinal, como a história tem mostrado, os compromissos firmados nas assembleias da ONU frequentemente se perdem nos labirintos da política nacional.

*com Agências

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