Oi assina contrato de exclusividade com fundo russo
LetterOne ofereceu à operadora brasileira um aporte de 4 bilhões de dólares com a condição de a TIM entrar no negócio
A Oi e a LetterOne Technology (L1 Technology), do bilionário russo Mikhail Fridman, assinaram contrato de exclusividade pelo prazo de sete meses, contados a partir de 23 de outubro. Este é o primeiro passo para que a operadora brasileira possa dar prosseguimento ao movimento de consolidação no setor de telecomunicações no Brasil, envolvendo uma potencial combinação de negócios com a TIM, controlada pela Telecom Itália. A informação foi encaminhada na manhã desta sexta-feira por fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
“A Oi recebeu confirmação da L1 Technology de que concorda com todos os termos da contraproposta”, informou a operadora de telefonia. “Uma potencial união da Oi com a TIM Participações deve resultar na constituição de um operador mais completo e bem posicionado, capaz de competir com players globais já instalados no país. O consumidor deverá ser beneficiado com o consequente fortalecimento da companhia”, acrescentou a Oi, no documento enviado à CVM.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o novo ministro das Telecomunicações, André Figueiredo, afirmou ver com preocupação a possível fusão da Oi com a TIM. “Não vamos abrir mão de que isso não traga qualquer tipo de prejuízo para o consumidor ou para o país. Temos acompanhado de longe e tido a preocupação em já traçar horizontes e buscar alternativas para que não tenhamos eventualmente a redução dos competidores”. Segundo o ministro, o país tem capacidade para ampliar o número de operadores.
No dia 26 de outubro, a Oi informou que recebeu uma proposta do grupo Letter One de aporte de até 4 bilhões de dólares. O bilionário Mikhail Fridman, que tem investimentos, por meio de seu fundo LetterOne, em companhias de telecomunicações da Europa, condicionou a proposta à entrada da TIM no negócio. Em abril, o fundo L1 anunciou ao mercado planos para investir 16 bilhões de dólares em empresas de telecomunicações, tecnologia e também óleo e gás.
Fridman é dono do Grupo Alfa, que controla um dos maiores bancos privados de investimento da Rússia. Nascido na Ucrânia, em 1964, o empresário pertence a uma das famílias mais ricas da Rússia. Ele começou seus negócios na área de entretenimento na década de 80. Hoje, seu grupo é controlador de operadoras de telefonia na Rússia, com a VimpelCom, e na Turquia, com a Turkcell.
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