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OCDE vê IPCA alto e expansão menor do Brasil em 2012

Por Da Redação
26 out 2011, 14h31

Por Isabel Versiani

BRASÍLIA (Reuters) – A economia brasileira vai desacelerar em 2012, e a inflação fechará o ano acima de 6 por cento, previu a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relatório divulgado nesta quarta-feira, no qual destacou a gravidade do cenário externo.

Em um amplo estudo econômico sobre o país, a OCDE afirmou que também em 2013 a inflação seguirá acima do teto da meta de 4,5, com o crescimento ganhando um pouco de ritmo, mas ainda bem abaixo do estimado pelo governo.

“O principal desafio macroeconômico consiste em dominar a inflação dentro de um contexto de abundante liquidez mundial”, afirmou a organização intergovernamental, que reúne países industrializados

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Os prognósticos da OCDE geraram uma reação exaltada por parte do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, que questionou a “consistência macroeconômica” do relatório e afirmou que o governo não deixará o país desacelerar em 2012 e 2013.

“Talvez contaminados pela estreiteza da reação de países desenvolvidos, a OCDE não vê que o Brasil tem plenos instrumentos para reagir ao momento atual”, disse Holland durante a apresentação do relatório.

Ele também criticou o modelo econômico usado pela OCDE para estimar a inflação, afirmando que no Brasil ele não é usado “nem por estudantes de graduação”.

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O Banco Central tem reiterado que a inflação, que hoje corre acima do teto de 6,5 por cento, pelo IPCA, da meta no acumulado em 12 meses, convergirá para o objetivo central de 4,5 por cento já no ano que vem.

A OCDE, contudo, estima que a inflação ao consumidor medida pelo IPCA chegará ao final de 2012 em 6,2 por cento, fechando o ano seguinte em 5,1 por cento.

O governo brasileiro espera que a economia cresça entre 3,5 por cento e 4 por cento este ano, segundo o Ministério da Fazenda. Para 2012, a expectativa é de expansão de 5 por cento, de acordo com projeto orçamentário encaminhado ao Congresso em agosto. A OCDE, por outro lado, previu crescimento de 3,6 por cento este ano, com desaceleração para 3,5 por cento no ano seguinte e expansão de 4 por cento em 2013.

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“Estamos trabalhando com um cenário externo muito mais negativo do que o governo brasileiro”, afirmou o economista da OCDE Marcos Boturi ao justificar as discrepâncias entre os prognósticos. Ele ponderou que, apesar da desaceleração, o desempenho do Brasil em meio à crise tem sido bem superior à média global.

Para garantir o crescimento de longo prazo, a OCDE defendeu a importância de o país promover reformas mais amplas, como a previdenciária, que abriria espaço para uma elevação dos investimentos em infraestrutura, hoje em níveis “baixos”.

Ainda do lado fiscal, a entidade chamou a atenção para a importância de o Brasil reduzir as vinculações das receitas orçamentárias e introduzir uma limitação ao crescimento das despesas.

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“Seria completada uma primeira etapa nessa direção, se o limite de crescimento das despesas com pessoal for adotado”, afirmou a OCDE.

CONTROLE CAMBIAL

A OCDE informou ainda considerar “compreensíveis” as medidas adotadas pelo governo brasileiro para restringir temporariamente a entrada de capitais de curto prazo no país, dadas as incertezas na economia global.

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A referência aparentemente era à imposição pelo governo da taxação, com IOF, das aplicações feitas por estrangeiros em renda fixa e dos empréstimos externos de curto prazo.

“Mas o Brasil deve confiar de maneira mais significativa na consolidação fiscal”, afirmou a entidade, ressaltando que o aumento da poupança pública minimiza riscos associados aos grandes fluxos de capitais voláteis.

Entre as recomendações de políticas para o Brasil, a OCDE citou o desenvolvimento do mercado de capitais de longo prazo, a adoção de uma meta fiscal nominal, que inclui também as despesas financeiras, e a minimização de riscos associados aos grandes fluxos de capitais voláteis.

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