O que Mark Zuckerberg e Elon Musk tem em comum com a Netflix?
Os empresários não compartilham apenas do domínio das redes sociais, mas também das maiores quedas do grupo das big techs, junto ao serviço de streaming
As gigantes da tecnologia – Facebook, Apple, Netflix, Google, Amazon, Microsoft e Tesla – fazem parte de um grupo seleto de empresas de alto desempenho e crescimento vertiginoso, mas elas enfrentam um momento desafiador, de queda livre em suas ações. Apesar de operarem em negócios distintos, Mark Zuckerberg e Elon Musk não compartilham apenas do domínio das redes sociais (que Musk pode conseguir ao comprar o Twitter), mas também das maiores quedas do grupo das big techs ao lado da Netflix. Juntos, eles assistem à derrocada das ações de suas empresas para níveis alarmantes.
No acumulado do ano até maio, a Netflix é a que registra a maior desvalorização nos papéis, de 67,17%. A Meta Platforms, companhia de Zuckerberg que engloba Facebook, Instagram e WhatsApp, registra perda de 43,31%, seguida pela Tesla, empresa de carros elétricos de Musk, com desempenho negativo de 38,52%, de acordo com levantamento da Catarina Capital. No mês de maio, a Tesla foi a que registrou o pior desempenho, com queda de 18,31%, seguida por Meta, com 9,1%, e Apple, com 5,96%.
A volatilidade nos papéis do setor de tecnologia se deve ao início de um período contracionista na economia americana, com a política de elevação nas taxas de juros anunciadas pelo Federal Reserve (Fed), o banco central do país, para controlar a inflação que atingiu o patamar de 8%, algo não visto pelos americanos nos últimos 40 anos. “O Fed está fazendo correções gradativas e isso é positivo para arrefecer a inflação, mas acaba tendo um efeito no mercado de ações, que tira a atratividade para os títulos de renda fixa. Esse movimento impacta o valor das empresas de tecnologia, causando essa hecatombe”, diz Thiago Lobão, CEO da Catarina Capital.
A desvalorização nas ações da Netflix é justificada pela redução do número de assinantes reportado pela companhia, com os investidores ainda sem expectativas de como a plataforma de streaming pode continuar crescendo e monetizando o negócio em meio à explosão de concorrentes no mercado. O Facebook sofre com a forte concorrência do TikTok, as ameaças regulatórias e ainda há muitas incertezas com o metaverso, o que tem arrastado as suas ações para baixo.
Já a Tesla, que nunca mostrou desempenho tão fraco, está sendo impactada pela compra do Twitter, negociada por Musk. “As empresas menores são as que estão sofrendo mais com as correções. Nesse caso, a menor do grupo é Netflix”, diz Lobão. Nesse momento de alta volatilidade nos papéis de tecnologia, o especialista recomenda ações de empresas geradoras de caixa, como Google, Microsoft e Apple. Embora essas companhias também estejam desempenhando mal, são negócios mais consolidados.