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O que significam as máximas históricas do euro, que chegou a 6,54 reais

Comparar o real com o euro ajuda a entender o tamanho da deterioração da moeda brasileira em meio aos desentendimentos de Guedes e Bolsonaro

Por Luisa Purchio 17 ago 2020, 16h44

Na tarde desta segunda-feira 17, em meio aos novos casos de novo coronavírus e à espera pela vacina, a cotação do euro em relação ao real bateu um novo recorde e alcançou 6,54 reais, alta de 1,73% em relação ao fechamento de sexta-feira. Desde a abertura do mercado de hoje, o índice ascendeu sucessivamente, sem sofrer quedas significativas, e bateu o último recorde que havia ocorrido no câmbio, no dia 10 de agosto, quando a moeda europeia fechou a 6,44 reais.

A alta do euro em relação ao real reflete, em parte, a valorização do euro em relação ao dólar, consequência das trilionárias injeções da moeda americana na economia pelo Federal Reserve para incentivar a economia, o que vem desvalorizando o dólar. Nessa tarde, o euro estava em alta de 0,23%, a 1,1869 dólares. A desvalorização da moeda americana no mercado internacional que aumentou o valor do euro, no entanto, vem se somando a fatores políticos e econômicos no mercado brasileiro que fazem do real uma das moedas mais desvalorizadas entre os emergentes atualmente. Assim, fica mais fácil perceber o tamanho da deterioração do real quando comparado ao euro, que se tornou uma das moedas mais fortes no meio da pandemia.

“As próximas incertezas dentro do mercado local mexem com o dólar. Além da taxa de juros estar baixa, o que valoriza o dólar em relação ao real, temos muitas incertezas políticas principalmente em relação ao controle fiscal”, diz Alvaro Bandeira, sócio e economista-chefe do banco digital Modalmais. Nessa conta, entra os desentendimentos entre a equipe de Paulo Guedes, ministro da Economia, e o presidente da República, Jair Bolsonaro. Além da debandada dos secretários Salim Mattar e Paulo Uebel, da desestatização e da desburocratização, pesa no mercado a declaração de Paulo Guedes na semana passada sobre a possibilidade de impeachment do presidente caso haja furo no teto de gastos.

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Sem privatizações e com desentendimentos com o seu “posto Ipiranga”, o projeto liberal do governo Bolsonaro entrou em xeque e essa é a principal motivação do apoio do mercado ao presidente, uma vez que ele é capaz de tirar a economia do buraco. Além disso, há as dificuldades de se aprovar as reformas tributárias e administrativas, o que desvaloriza ainda mais o real. Nessa conta ainda pesa o aumento do déficit fiscal brasileiro: com aumento dos gastos públicos e a diminuição da arrecadação fiscal, o mercado fez novo cálculo e estima que a dívida bruta do governo já está em 94,3% do PIB.

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