O que a inflação americana em setembro diz sobre os próximos passos do Fed
CPI Core, índice que exclui a variação de preços de combustíveis e alimentos, aumentou 0,2%, em linha com a estimativa dos economistas
O CPI de setembro, índice que mostra a variação inflacionária americana mensal, divulgado na manhã desta quarta-feira, 13, pelo Departamento de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos, não trouxe grandes surpresas para os mercados. Em setembro, o CPI Core, índice que exclui itens mais voláteis como combustíveis e alimentos, subiu 0,2%, em linha com a estimativa dos economistas da Bloomberg e apenas 0,1 ponto percentual acima do índice do mês anterior. Já o índice CPI mais amplo subiu 0,4% no mês, apenas 0,1 ponto percentual acima das expectativas dos analistas e do mês anterior.
O número endossa as afirmações de Jerome Powell, presidente do Fed, que desde o ano passado defende que a alta de preços do país é temporária. Esta confirmação pelos dados divulgados hoje significa que o banco central americano não precisará subir os juros do país antes do previsto para conter a inflação.
O mercado estima que a alta dos juros americanos ocorrerá depois de 2022. Isso está precificado desde a divulgação do último Payroll, o índice que mostra a criação de vagas de trabalho no país. Divulgado no início deste mês, o Payroll de setembro mostrou uma desaceleração no mercado de trabalho, o que apontou que os estímulos à economia via política monetária do Fed ainda são necessários.
Dólar e títulos públicos americanos
Com isso, o dólar perde potência no mercado global e o índice DXY, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, caía após a divulgação do CPI. Às 10h50, o índice se retraía 0,28%. Já o rendimento dos títulos públicos americanos com vencimento para 10 anos caíam 0.029%, indicando que o mercado espera que Fed iniciará o tapering (diminuição no ritmo de compras de títulos públicos americanos) na próxima reunião.