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O mercado de trabalho brasileiro tem mais empregos e menos dinheiro

Segundo IBGE, número de pessoas ocupadas subiu 3,2 milhões em novembro na comparação com trimestre anterior; já renda do trabalho é a menor desde 2012

Por Larissa Quintino
Atualizado em 28 jan 2022, 13h27 - Publicado em 28 jan 2022, 09h47

Após choques ocorridos pela chegada da pandemia do novo coronavírus no Brasil, o mercado de trabalho brasileiro tem se recuperado. Com avanço da vacinação e a reabertura econômica, a taxa  de desocupação ficou em 11,6% no trimestre encerrado em novembro, recuo de 1,6 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira, 28, são 1,5 milhão de pessoas a menos na fila do desemprego, apesar do número de brasileiros procurando uma ocupação continuar alto, em 12,4 milhões. A recuperação do mercado de trabalho é um ponto a se comemorar, porém, a queda na renda vinda do trabalho chama atenção.

Segundo a Pnad Contínua, o rendimento real habitual caiu 4,5% frente ao trimestre anterior e 11,4% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Ele foi estimado em 2.444 reais no trimestre encerrado em novembro, o menor já registrado pela série histórica da pesquisa, iniciada em 2012. A massa de rendimento real habitual, que é a soma da renda do trabalho que entra na economia, permaneceu estável, ao ser estimada em 227 bilhões de reais. “Isso significa que, apesar de haver um aumento expressivo na ocupação, as pessoas que estão sendo inseridas no mercado de trabalho ganham menos. Além disso, há o efeito inflacionário, que influencia na queda do rendimento real recebido pelos trabalhadores”, explica a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy.

Retomada do emprego

A redução do número de desempregados segue a tendência dos meses anteriores. Ela ocorre pelo aumento de pessoas ocupadas. Na comparação com o trimestre encerrado em agosto, o número de pessoas ocupadas aumentou 3,5%. São 3,2 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.  Apesar de parecer redundante, a diminuição do desemprego pelo aumento da ocupação é importante, já que pela metodologia do IBGE é considerada desempregada a pessoa que não trabalha mas que está buscando uma ocupação. “Esse crescimento também já pode estar refletindo a sazonalidade dos meses do fim de ano, período em que as atividades relacionadas principalmente a comércio e serviços tendem a aumentar as contratações”, explica Beringuy. Com isso, o nível de ocupação, percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar, foi estimado em 55,1%, um aumento de 1,7 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Isso significa que mais da metade da população com idade para trabalhar estava efetivamente trabalhando. Durante a pandemia, a taxa de ocupação caiu para níveis abaixo de 50% e se recuperou a partir do trimestre encerrado em julho de 2021.

Motor do aumento de empregados está no mercado formal. O número de empregados com carteira assinada subiu 4% frente ao trimestre encerrado em agosto, o que representa 1,3 milhão de pessoas. “No setor privado, os segmentos de comércio, indústria, saúde e educação e de tecnologia da informação e comunicação foram os que mais expandiram a sua ocupação com trabalhadores com carteira assinada”, diz a pesquisadora.

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Também houve aumento de 7,4% no contingente de empregados sem carteira no setor privado, ou adição de 838 mil pessoas. Frente ao mesmo período do ano anterior, o aumento foi de 18,7%. O número de trabalhadores por conta própria também cresceu: o aumento foi de 588 mil pessoas (2,3%) em relação ao último trimestre e de 3,2 milhões (14,3%) em relação ao trimestre encerrado em novembro de 2020. Na categoria dos trabalhadores domésticos, o aumento na ocupação foi de 6% frente ao trimestre anterior e de 22,5% em relação ao mesmo trimestre de 2020.

A taxa de informalidade foi de 40,6% e se manteve estável frente ao trimestre anterior, mas houve aumento no número de trabalhadores informais. “Do crescimento de 3,2 milhões de trabalhadores no número de pessoas ocupadas, 43% vieram do trabalho informal. Então, embora a informalidade continue se destacando na expansão da ocupação, a participação do trabalho formal no setor privado vem aumentando e contribuindo também para a recuperação da ocupação no país”, afirma Beringuy.

A maior parte da expansão da ocupação veio do comércio, com aumento de 4,1%, ou 719 mil pessoas a mais trabalhando no setor. Já a indústria teve crescimento de 3,7%, o que representa um acréscimo de 439 mil pessoas a esse grupamento de atividade. O segmento de alojamento e alimentação, um dos mais prejudicados desde o início da pandemia de Covid-19, teve seu contingente de trabalhadores aumentado em 9,3%. São 438 mil empregados a mais.

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