Depois de uma semana da apresentação das diretrizes do projeto do novo arcabouço fiscal à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal, o conjunto de regras ainda tem um longo caminho a percorrer para que venha a substituir o teto de gastos, instituído no governo de Michel Temer. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o texto deve ser enviado ao Congresso Nacional após a Semana Santa e a partir daí começa a tramitar.
O governo apresentará a regra fiscal como um Projeto de Lei Complementar, que regulamenta dispositivos constitucionais, e não como uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). Nesse caso, o processo de aprovação exige menos votos e tem menos passos que o rito de uma PEC, porém precisa passar por comissões.
Ao chegar ao Congresso, o texto vai para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e depois para a comissão responsável pelo tema, ainda não determinada pela Câmara. Se a casa entender que o projeto envolve mais de três comissões, é criada, então, uma comissão especial. Aprovado nas comissões, o texto seguirá para o plenário.
A proposta será aprovada se obtiver o apoio mínimo de 257 votos dos 513 deputados, em dois turnos de votação. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende dar celeridade à votação, porque há um entendimento até mesmo de deputados de oposição para a aprovação do tema. A relatoria do projeto, segundo ele, deve ficar com algum parlamentar de seu partido. Para a reeleição de Lira à presidência da Casa, o PT formou um bloco com o PP e até mesmo o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro.