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O fator Tik Tok no derretimento das ações da empresa de Zuckerberg

O lucro da Meta, empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, caiu 8%; preferência do usuário por vídeo acirra concorrência

Por Luana Zanobia Atualizado em 3 fev 2022, 12h30 - Publicado em 3 fev 2022, 11h19

As ações da Meta – empresa controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp – derreteram após a apresentação de resultados do quarto trimestre, que encerra o balanço do ano de 2021. O lucro veio abaixo do esperado, registrando uma queda de 8% em relação ao ano anterior. As ações refletiram o mau humor do mercado com a empresa e os papéis continuam operando com queda superior 20% antes da abertura de mercado em Wall Street na manhã desta quinta-feira, 3.

O motivo dado pela empresa pela redução na receita é o maior tempo que os usuários estão passando em recursos menos lucrativos, como a plataforma de vídeo Reels, que gera menos receita para a empresa em relação ao engajamento do Feed e Stories. Segundo Felipe Balestrin, gestor de carteira da Catarina Capital, a mudança de perfil dos usuários para plataformas de vídeo e a sinalização da companhia de que o Reels será seu principal drive de crescimento, gera apreensão no mercado. “O Tik Tok é um grande concorrente e tem uma performance bem desenvolvida nessa ferramenta de vídeo. O mercado já começa a precificar a dificuldade da empresa de se adaptar a essa plataforma, o que tem justificado o derretimento das ações”, avalia.

Balanço

Na quarta-feira, 2, após a divulgação do lucro líquido de 10,285 bilhões de dólares, contra 11,219 bilhões de dólares registrado no mesmo período de 2020, as ações despencaram no pós-mercado mais de 20%. Wall Street amanheceu e ainda não digeriu os números da empresa, as ações continuam amargar perdas de 20% na Nasdaq no pré-mercado. “Naturalmente, uma queda desse tamanho impacta em outras empresas de tecnologia”, comenta Balestrin. As ações relacionadas desmoronaram na quarta-feira, 2, com os papéis  do Twitter caindo 8%, Pinterest perdendo 10% e Snapchat, mais de 17%. A Alphabet também ficou no vermelho, caindo quase 2%.

A receita da companhia de Mark Zuckerberg ficou pouco acima do esperado, somando 33,67 bilhões de dólares, contra 33,4 bilhões de dólares do projetado. “O resultado é inexpressivo para o tamanho da empresa”, diz Balestrin. Segundo o Seeking Alpha, serviço norte-americano de conteúdo para o mercado financeiro, os investidores ficaram surpresos com o crescimento mais fraco de usuários, para 1,93 bilhão, apenas 5% superior em relação a 2020, e com a previsão decepcionante de receita para o período atual. A companhia prevê uma redução da receita para o primeiro trimestre deste ano, entre 27 bilhões de dólares a 29 bilhões de dólares, frente a uma expectativa de mercado que era de 30,3 bilhões de dólares.

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“A grande maioria da receita do Facebook vem de publicidade direcionada, embora a empresa tenha sido gravemente prejudicada pelas mudanças de privacidade da Apple, que resultarão em um golpe de 10 bilhões de dólares em 2022. O CEO Mark Zuckerberg também reconheceu que o Meta está enfrentando uma séria competição pelo tempo e atenção do usuário – no Tik Tok e no Roblox -, fazendo com que a empresa se transforme para uma arena totalmente nova: o metaverso”, diz o relatório do Seeking Alpha.

Segundo o gestor da Catarina Capital, o aumento da ordem de 40% nos custos da empresa, devido especialmente aos investimentos no metaverso, estão pressionando a receita e podem comprometer a capacidade de investimento da companhia, o que tem colocado o mercado em alerta. “Acreditamos que a Meta é o player mais preparado do mercado para o metaverso, mas tem uma grande jornada de investimento pela frente que pode comprometer a receita e sua capacidade de investir”, diz. Para os analistas da Seeking Alpha, a Meta ainda precisa convencer os acionistas de que sua adoção do metaverso valerá a pena e, apesar do rebranding (reformulação da marca), a empresa no momento é principalmente uma companhia de publicidade. “Muitos dizem que a empresa também terá de investir muito dinheiro para ficar à frente da curva no desenvolvimento do metaverso, onde terá a oportunidade de obter receita com vendas baseadas em transações ou tokens (como NFTs) e não apenas de publicidade”, aponta o relatório.

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