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“O empreendedor brasileiro precisa pensar globalmente”

Jonathan Levav, professor da Universidade Stanford, fala sobre o ambiente de negócios em SP, sede de uma das edições de programa de incentivo a inovação

Por Da redação
Atualizado em 15 Maio 2017, 14h33 - Publicado em 15 Maio 2017, 14h23

Você já tem programa para as noites de sexta, sábado e domingo, entre 18 de agosto e 22 de outubro? Para algumas dezenas de empreendedores brasileiros, sete fins de semana não consecutivos nesse período serão o momento de discutir inovação.

Trata-se da terceira edição do Stanford Ignite, um programa da tradicional universidade do Vale do Silício que, além de sua sede, vem sendo reproduzido em cidades como Londres, Pequim e, pelo terceiro ano, em São Paulo (as inscrições para este ano estão encerradas). São 10 000 dólares de investimento e 250 horas de dedicação (100 de aulas e 150 em projeto de conclusão).

Jonathan Levav, professor associado de marketing da Universidade Stanford, coordena o projeto, voltado a executivos e empresários de minúsculas ou enormes companhias em busca de conhecimento para crescer com solidez e inovação. Ele falou a VEJA sobre sua percepção a respeito do ambiente de negócios e inovação no Brasil.

Por que realizar o projeto em São Paulo?
Quando decidimos tornar o programa global, olhamos para diferentes ambientes de inovação com os quais conseguiríamos contribuir, eletrizar a comunidade com ideias que produzimos na universidade. Começamos com Bangalore, a capital tecnológica da Índia. São Paulo foi um lugar natural para estar: grande mercado, com muitos investidores. Aonde mais ir?

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Que tipo de empreendedor você busca atingir em São Paulo?
Não existe apenas um tipo de candidato. Mas pense, por exemplo, em um engenheiro que trabalha com algum tipo de tecnologia que pode ser comercializável, mas  não sabe muito bem como fazer isso. Ou alguém em uma grande empresa que quer fazer um salto de inovação, mas não dispõe das ferramentas necessárias. Isto é interessante no Brasil: você não tem apenas gente querendo abrir um negócio, mas profissionais em grandes empresas que podem usar essas ferramentas de disrupção. Pense nos desafios do setor bancário, por exemplo.

Como inovar de maneira sólida em tempos de crise, quando para muitas empresas a preocupação é chegar até o fim do mês?
Sim, a crise torna as coisas mais difíceis, e você precisa inovar o tempo todo para sair dessa situação. Mas ela é passageira e, quando terminar, você se perguntará: eu construí algo duradouro? A escolha é sua. Não se vai muito longe olhando apenas para o fim do mês.

Em quais setores a inovação é mais urgente no Brasil?
Há vários, como o transporte nas grandes cidades, como São Paulo e Rio. E a educação, que aqui não é tão boa. Pode ser algo complexo mudar catorze anos de vida escolar de uma criança, mas há ações imediatas com efeito na pré-escola, por exemplo, ou no uso da tecnologia para melhorar o acesso de muita gente.

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Que perfis de empreendedor tem encontrado por aqui?
O empreendedor brasileiro tem raça – e não encontro isso em todos os lugares. Por outro lado, grande parte pensa apenas localmente, sem olhar para as necessidades do consumidor alemão, por exemplo. Ele desenvolve uma startup para lidar com problemas brasileiros. O empreendedor brasileiro precisa pensar globalmente. O Brasil é um país grande, por isso é possível ser bem- sucedido aqui, mas só assim haverá a startup de 1 bilhão de dólares.
Um outro ponto positivo aqui é a presença de mulheres entre os empreendedores. No Stanford Ignite em São Paulo, de 25% a 30% são do sexo feminino, mas, além dos números, me refiro à presença delas nas aulas. Não se vê muito isso em outros países.

A fluência em inglês dos brasileiros tem sido um obstáculo nas aulas?
Não, de forma alguma.

E a pontualidade brasileira, que tal?
No programa, os inscritos são bem pontuais. Talvez porque as aulas comecem também sempre pontualmente, então todos entendem que é preciso estar alinhado.

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