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O avanço dos chips em cérebros propostos por Elon Musk

Empresa apresentou funcionamento do dispositivo em porcos; objetivo final é aproximar a mente humana da inteligência artificial

Por Luisa Purchio Atualizado em 31 ago 2020, 12h16 - Publicado em 31 ago 2020, 11h35

A tecnologia de wearables, dispositivos eletrônicos que podem ser vestidos pelas pessoas, está se desenvolvendo tanto que a realidade se aproxima cada vez mais de filmes de ficção científica. Como diria Oscar Wilde, a vida imita a arte muito mais do que a arte imita a vida. O roteiro de Matrix, filme cujos personagens conseguiam adquirir habilidades como aprender idiomas ou artes marciais por meio de conteúdos instalados em seus cérebros, parece cada dia mais possível. Em uma live realizada na sexta-feira, 28, na sede da Neuralink, sociedade de tecnologia neurológica angloamericana fundada por Elon Musk, ele apresentou um experimento em que foi colocado um pequeno chip no cérebro de porcos, de tamanho inferior a um décimo de um fio de cabelo e com 1.024 eletrodos. Com o chip, a atividade neurológica das cobaias foi transmitida por meio de tecnologia sem fio e apresentada para os espectadores em um computador.

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Quando os veterinários acariciavam o focinho dos porcos, por exemplo, era possível ver os seus neurônios reagirem. O objetivo da empresa criada há quatro anos e que já recebeu 158 milhões de dólares de investimento é que no futuro essa tecnologia possa ser implementada em seres-humanos e assim solucionar deficiências como devolver a visão a cegos, melhorar a cognição de pessoas que sofreram sequelas em um derrame cerebral ou devolver a capacidade motora a pessoas com deficiências físicas, como paralíticos. “Você meio que precisa de uma coisa eletrônica para resolver um problema eletrônico”, disse Musk visivelmente entusiasmado, comparando os neurônios a redes elétricas.

Para evitar que as pessoas tenham de recomprar o dispositivo conforme a evolução das pesquisas, da mesma forma como acontecem com os celulares, por exemplo, a ideia de Musk é que o software do chip seja passível de remoção e atualização, até porque ele não será nada barato. “Você não gostaria de ter a versão um de um telefone e dez anos depois todo mundo tem a versão três ou quatro”, disse ele, sinalizando sua expectativa de que em breve seu custo possa cair para milhares de dólares.

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Essa tecnologia ainda precisa passar por diversos testes e é polêmica porque esbarra em questões éticas como testes em humanos. Com o lema em 2020 “se você não pode vencê-los, junte-se a eles”, Musk pretende que o cérebro humano consiga, por meio dos chips, acompanhar a inteligência artificial, que age de forma muito mais rápida que a nossa. Além disso, ele negou as acusações feitas por uma publicação da Stat News, site americano sobre saúde. Na notícia, ex-funcionários da Neuralink afirmaram que a empresa teria o desejo de se instalar na China ou na Rússia, já que essas nações possuem regulamentação mais branda sobre essas experiências.

Apesar da negação, é fato que China e Rússia são países com regime político socialista sem muitas liberdades e ainda há muitos como eles. É fato também que essa tecnologia pode aprimorar e muito a vida humana, como outras que facilitam o cotidiano e as relações sociais. Elas são tão importantes que, durante a crise do coronavírus, empresas como Apple e Amazon cresceram exponencialmente em valor de mercado enquanto outras tiveram de fechar. Resta saber se o chip, que pretende interferir de forma tão radical na mente humana, conseguirá ter um uso apenas positivo e se será devidamente regulado pelas autoridades. Afinal o mito da caverna, parábola escrita por Platão e à qual Matrix alude, também é uma ficção muito presente na realidade. A alegoria afirma que os seres-humanos são passíveis da escuridão e podem se libertar por meio da luz da verdade, ou seja, o conhecimento e a educação.

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