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Nubank estreia na bolsa e se torna banco mais valioso da América Latina

Abertura de capital atraiu 815 mil investidores pessoas físicas

Por Luana Zanobia Atualizado em 9 dez 2021, 17h58 - Publicado em 9 dez 2021, 11h43

O banco digital Nubank realizou sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Bolsa de Valores de Nova York (Nyse) nesta quinta-feira, 9, com as ações precificadas a 9 dólares por ação, ponto máximo da faixa indicativa que começava em 8 dólares, atraindo 815 mil investidores pessoas físicas. Ainda antes de estrear, o Nubank já era avaliado como o banco mais valioso da América Latina e a quarta maior empresa do Brasil. “O cliente está no centro de tudo que a gente faz. Somos obcecados na experiência, em pensar e pensar de novo como nós podemos melhorar”, disse o fundador David Vélez, na cerimônia de abertura.

A fintech tem apenas oito anos de mercado, foi fundada em 2013 pelo colombiano David Vélez, pela brasileira Cristina Junqueira e pelo americano Edward Wible, e agora está avaliada em 41,5 bilhões de dólares. Na conversão para o real, o valor é de aproximadamente 230 bilhões de reais, ultrapassando o Itaú Unibanco, cujo valor é de 37,7 bilhões de dólares, e demais bancos, como Bradesco, Santander, Banco do Brasil, e outros. Na comparação com todo os bancos de capital aberto da América Latina, Estados Unidos, e dos bancos com ações negociadas em Nova York, o Nubank passa a figurar na 26º posição entre os maiores, segundo levantamento da consultoria Economatica. Inclusive, supera instituições tradicionais, como o alemão Deutsche Bank e o japonês Mizuho Financial Group.

No ano passado, o Nubank registrou prejuízo líquido de 230 milhões de reais, 26% menor que o resultado de 2019, com crescimento de 79% nas receitas, em 5 bilhões de reais. No primeiro trimestre deste ano, o banco lucrou 76 milhões de reais, primeiro lucro da sua história. “A sua precificação se dá por uma expectativa de crescimento de lucro muito alto no futuro, e foi isso que elevou o seu valor de mercado, ultrapassando Itaú, que registra lucros”, avalia Caio Mont’Alverne, consultor de investimentos da Aplix Advisory.

Por trás da operação, o banco digital conta com o apoio da Berkshire Hathaway, do conhecido megainvestidor e bilionário Warren Buffett, e das companhias Tencent Holdings, Sequoia, Tiger Global e SoftBank Latin America. Apesar do respaldo de gigantes, o banco baixou sua avaliação em 20% na semana passada, reduzindo o seu valor de mercado em 28 bilhões de dólares. No início, a avaliação rondava entre 100 a 70 bilhões de dólares, caindo para 50 bilhões de dólares até alcançar o patamar atual, ainda considerado alto pelos especialistas, desbancando muitos “bancões”.

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A operação, no entanto, aconteceu em meio a cautela com o desempenho fraco das fintechs, a exemplo das ações de Paypal, Stone e MercadoLivre, que acumulam quedas na Nasdaq. Além da maior aversão ao risco com a variante Ômicron, que passou a derrubar bolsas ao redor do mundo, soma-se ainda as expectativas de mudança dos rumos da política econômica com a elevação dos juros. “Quando olhamos para o histórico recente de fintechs que abriram capital fora do país, no primeiro ano todas elas negociaram abaixo do preço do IPO. Existe volatilidade grande de preço no primeiro ano, principalmente quando a empresa está atrelada à economia brasileira, que passa por momentos de bastante instabilidade”, diz Mateus Messias, analista CNPI da Inside Research, que não recomenda a compra de ações do banco neste momento.

Apesar de um cenário macroeconômico menos positivo que há meses atrás, quando as bolsas registravam recordes, a estreia pode abrir caminhos e servir como alternativa para outras fintechs, em meio a um ambiente bancário extremamente concentrado na América Latina. O Nubank conta hoje com 48 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia, e se tornou o maior banco digital do mundo ao desburocratizar e facilitar o acesso das pessoas ao sistema financeiro. Segundo Messias, da Inside Research, a base de clientes é o grande ativo do banco. “Em menos de dez anos, o Nubank conquistou mais da metade da base de clientes de grande bancos”, diz. Em três anos, a fintech saltou de uma base de 7 milhões para os atuais 48 milhões.

Apesar de ter sido inovador nas soluções tecnológicas e nas ofertas aos clientes, como isenção de taxas, hoje o modelo de negócio é replicado até mesmo pelos tradicionais. “O mercado comprou essa história, o que a gente precisa esperar é a capacidade do banco em ganhar receita sobre essa base, com a movimentação pela diversificação de serviços, que hoje é muito concentrada no crédito”, diz o analista da Inside. Com o aumento da concorrência e a efervescência das fintechs no mercado, o Nubank já passou a atuar em diferentes áreas de negócios, como investimentos, seguros e assessoria financeira.

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