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Novos residenciais para idosos cobram mensalidades de até R$ 15.000

Empreendimentos oferecem infraestrutura, lazer e cuidados para população com potencial de consumo de 1,6 trilhão de reais por ano

Por Gilmara Santos
17 jun 2018, 08h16

O envelhecimento da população oferece oportunidades de negócios para empresas que atuam com produtos e serviços para maiores de 60 anos, fatia da população com potencial de consumo de 1,6 trilhão de reais por ano. “Cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB) está concentrado nas mãos dessas pessoas”, comenta o representante da International Longevity Centre (ILC) no Brasil, Alexandre Kalache, ao lembrar que a moradia ao lado do transporte são os pontos que mais causam preocupação para este grupo.

Os residenciais para idosos, que substituíram os antigos asilos, ganham destaque ao oferecer atividades e liberdade de ir e vir para seus usuários. Em contrapartida, as mensalidades variam, de 6.500 reais a 15.000 reais.

O Residencial Santa Cruz, no Jardim Marajoara, zona sul da Capital paulista, tem um ano de operação e demandou investimentos na casa de 32 milhões reais. Ao todo são 72 leitos, com uma taxa de ocupação de 53%, e mensalidades que variam entre 7.800 reais e 15.000 reais. Atividades de terapia, fisioterapia e recreativas, assistência de profissionais da saúde o dia inteiro e refeições são alguns dos serviços inclusos neste valor.

Os investimentos nesse setor parecem dar resultado quando comparados com a velocidade do envelhecimento da população. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano passado, 14,6% das pessoas tinham 60 anos ou mais – em 2012, o porcentual era de 12,8%. Na contramão, diminuíram os nascimentos. Em 2017, as crianças entre zero e 9 anos eram 12,9% do total de habitantes do Brasil, contra 14,1% em 2012.

“Ter um lugar adaptado adequadamente para as pessoas com mais idade, com atividades programadas, supervisão de um profissional da saúde e convívio social contribui para o bem-estar e qualidade de vida dos idosos”, considera o médico Roberto Debski, especialista em medicina interativa.

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Para Denise Vianna Nune, professora de Arquitetura e Urbanismo do Ibmec-RJ, faltam moradias focadas para os mais velhos, com ergonomia e infraestrutura pensada para este público. Ela comenta que, com a população envelhecendo, é hora de pensar em como será o futuro dessas pessoas.

Na Holanda, segundo ela, há um modelo de compartilhamento de casas entre jovens e idosos que tem funcionado bem. “Pelo sistema, os mais novos têm desconto no aluguel, que passa a ser subsidiado pelo governo, e em contrapartida compartilham 30 horas por semana com os mais velhos. Assim ambas as gerações são beneficiadas com o convívio e ganha a sociedade com cidadãos assistidos e mais felizes”, conta.

Lançado em 2014, o Cora Residencial Senior tem seis unidades – espalhadas pelos bairros de Higienópolis, Campo Belo, Ipiranga, Jardins, Tatuapé e Villa Lobos – e 1.200 leitos. Hoje, a taxa de ocupação está em 75% e as parcelas mensais variam entre 6.500 reais e 14.000 reais.

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“O grande desafio é quebrar o paradigma de que o idoso está abandonado. Pelo contrário, em casa ele socializa pouco, até porque a família tem as suas próprias atividades diárias, e no residencial tem convivência, atividades e interação com outras pessoas”, diz o presidente do Cora, Ulisses Silva.

Localizado em Alphaville, o Solar Ville Garaude foi criado há 20 anos. “Meu pai, que era geriatra, idealizou o residencial porque minha mãe era doente e aqui eles estariam juntos e ela teria um espaço com lazer, refeições nos horários corretos, medicação e acompanhamento de profissionais da saúde durante todo o dia”, explica Pedro Garaude, que administra o empreendimento ao lado da irmã.

Atualmente, o local tem 54 leitos, com 58 hóspedes, “temos alguns casais”, com idades que variam entre 57 e 101 anos. A mensalidade parte de 10.160 reais. No Residencial Senior em Família, as parcelas mensais variam entre 5.900 reais e 11.000 reais e o empreendimento tem três unidades na Capital paulista.

A professora Denise, no entanto, pondera que é necessário que haja a convivência da população da terceira idade com outros grupos. “A troca de experiências com outras faixas etárias e diversidade no contato social são importantes. Relacionamentos enriquecem, renovam e prolongam a vida”, considera a professora.

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“A diversidade é importante e sempre que possível deve ser levada em consideração, mas estar em um ambiente que proporcione segurança e conforto é fundamental”, finaliza Debski.

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