Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Novo pente-fino endurece regras para aposentados por invalidez

Reavaliação vai ser feita a cada seis meses; segurados que estavam isentos da revisão poderão ser alvo de perícia

Por Larissa Quintino Atualizado em 24 jan 2019, 19h33 - Publicado em 24 jan 2019, 17h46

Aposentados por invalidez devem sentir bastante o impacto da medida provisória 871, que institui o novo pente-fino nos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo o texto, quem recebe beneficio por incapacidade por mais de seis meses terá que passar novamente por avaliação, e não dois anos como previa a norma anterior.

Além disso, a MP revogou a isenção dos aposentados por invalidez entre 55 anos e 59 de passar por perícia. Na lei vigente até a publicação da medida, os segurados com essa idade e que recebessem o benefício por mais de 15 anos não seriam chamados para reavaliação, consequentemente não teriam o benefício cortado. O único grupo que está isento das verificações são os aposentados por invalidez com mais de 60 anos.

Além dos benefícios por incapacidade, a MP 871 vai rever aposentadorias, Benefícios de Prestação Continuada (BPC) e auxílios-reclusão. Para incentivar o trabalho dos profissionais que fazem o pente-fino, o INSS pagará um adiciona. No caso dos peritos médicos, o bônus é de 61,72  reais por revisão feita. Os analistas recebem 57,50 reais por revisão.

Continua após a publicidade

Segundo Roberto de Cavalho Santos, presidente do Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev), a mudança da periodicidade para reavaliação das aposentadorias por invalidez é “forçada”. “Você concede um benefício por invalidez no caso de uma incapacidade permanente. Ou seja, se o governo for rever essa incapacidade a cada seis meses, ele não considera permanente. Além disso, aumenta-se o custo operacional da Previdência, que é justamente o que eles visam cortar”, explica.

Segundo o texto, vão passar por revisão os segurados por incapacidade que não tenham data prevista para a cessação do benefício. O auxílio-doença tem a chamada alta programada, Já a aposentadoria por invalidez é concedida sem prazo de validade.

O advogado previdenciário Rômulo Saraiva alerta que os aposentados por invalidez entre 55 e 59 anos podem ser ainda mais lesados porque a norma anterior dizia que eles não passariam mais por reavaliações. “Nisso, o segurado relaxa, não faz mais acompanhamento e quando passar por reavaliação o perito pode dar alta porque ele não está mais indo ao médico. É uma situação muito complicada”, disse.

Continua após a publicidade

Questionada, a secretaria especial de Previdência e Trabalho não informou quantas são as aposentadorias por invalidez, auxílios-doença e outros benefícios devem passar pelo novo pente-fino.

Para a revisão dos benefícios começar, é necessário que o INSS publique um ato normativo com as diretrizes da revisão. O ato, no entanto, ainda não tem data para a publicação.

A expectativa da equipe econômica é economizar 9,7 bilhões de reais neste ano com o pente-fino e 17 bilhões até 2020.

Continua após a publicidade

O pente-fino nos benefícios por incapacidade do governo de Michel Temer cortou 727.110 auxílios-doença e aposentadoria por invalidez até 31 de de dezembro. Ao todo, 1,185 milhão de perícias foram realizadas e a economia foi de  14,5 bilhões de reais.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.