MADRI (Reuters) – O próximo premiê da Espanha, Mariano Rajoy, prometeu aprofundar os cortes nos gastos da administração pública para cumprir as duras metas de déficit, oferecendoao mesmo tempo isenções fiscais para empresas em seu primeiro discurso perante o Parlamento nesta segunda-feira.
Seus objetivos centrais vão se concentrar na estabilidade orçamentária e na conclusão do processo de reestruturação do setor bancário e das reformas estruturais no setor público, disse ele à Câmara Baixa do Parlamento, na qual seu Partido Popular, de centro-direita, tem a maioria.
“Estamos confrontando enormes dificuldades e devemos fazer muitos esforços exigidos”, afirmou Rajoy ao Parlamento.
A quarta maior economia da zona do euro está no centro da crise da dívida do bloco, em meio às preocupações dos investidores de que ela não possa cumprir suas obrigações, embora a vitória eleitoral de Rajoy em novembro sobre os Socialistas com a promessa de mais austeridade tenha fortalecido a confiança.
Rajoy começou seu discurso com alertas de perigo para a economia em dificuldades, que, segundo se acredita, já caiu em sua segunda recessão em três anos, enquanto a demanda doméstica se enfraquece e o crescimento das exportações desacelera.
Ele disse que vai implementar um congelamento de contratações na maior parte do setor público e anunciou que detalhará os cortes de gastos em 30 de dezembro. Ele afirmou ainda que o regime tributário corporativo será reestruturado para estimular o emprego e a demanda.
Rajoy disse que, se a Espanha cumprir sua meta de déficit público de 6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011 – o que a maioria dos economistas diz ser improvável -, o Tesouro necessitaria economizar 16,5 bilhões de euros (21,5 bilhões de dólares) no ano que vem para cumprir a próxima meta.
O autoproclamado “Senhor Normal” toma posse oficialmente na próxima quarta-feira, quando também nomeará seu gabinete.
(Reportagem de Paul Day)
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