Novo acordo de socorro à Grécia deve sair no fim do mês
Especialistas da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do FMI devem visitar Atenas para checar o andamento do plano de austeridade no país
A Grécia continua enfrentando uma onda de protestos de cidadão revoltados com as reformas do governo
A Comissão Europeia anunciou neste domingo que enviará “nos próximos dias” uma equipe de especialistas para Atenas encarregada de concluir o trabalho sobre um novo pacote de resgate para o endividado país até o final do mês. “Funcionários da Comissão Europeia retornarão a Atenas nos próximos dias para fornecer suporte técnico a autoridades gregas no trabalho em andamento”, disse o Comissário Europeu para Assuntos Financeiros e Monetários, Olli Rehn, num comunicado.
“Assim que a Grécia cumprir as condições, eu espero que a revisão da troca possa ser concluída até o final de setembro”, afirmou Rehn, referindo-se à Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Os comentários foram feitos após a Grécia anunciar que planeja criar um novo imposto imobiliário para cumprir as metas orçamentárias.
Zona do euro – O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, alertou neste domingo que o euro poderá ser colocado em risco se qualquer um dos países abandonarem a moeda, e isto ameaçaria potencialmente o futuro da zona do euro como um todo. Papandreou também descartou a realização de eleições antecipadas no país. “Se qualquer país, e eu não estou falando necessariamente sobre a Grécia, sair, isso poderá criar um efeito dominó, uma pressão sobre outros países e permanecerá como uma ferida, ou será o início da quebra de todo o sistema”, disse Papandreou durante coletiva de imprensa em Tessalônica, segunda maior cidade da Grécia.
As declarações do premiê grego ocorreram em meio a crescentes preocupações sobre o futuro da Grécia na zona do euro e pedidos de líderes europeus para que qualquer país que não cumpra as regras orçamentárias da zona do euro deixe o bloco. Papandreou afirmou ainda que não haverá eleições apesar do descontentamento com as reformas do governo e o mal-estar do partido socialista, em resposta a uma pergunta sobre se ele continuaria no comando do partido no futuro. No sábado, milhares de trabalhadores gregos, estudante e cidadãos comuns irritados com as reformas do governo fizeram um protesto em massa em Tessalônica, que se tornou violento quando centenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia. A polícia disse que mais de 21 mil pessoas participaram das manifestações, que incluíram sindicatos, estudantes, anarquistas, motoristas de táxi e até mesmo fãs de um clube esportivo local.
(Com Agência Estado)