Pesquisa mostra a maior concordância entre eleitores de Lula e Bolsonaro
A percepção da inflação é quase unanimidade entre eleitores do atual presidente e do petista, atingindo 97% da população

Se propagam antagonismo nas redes sociais e nas ruas, os eleitores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm do que reclamar juntos. Segundo pesquisa FSB/BTG divulgada nesta segunda-feira, 97% dos eleitores afirmam que os preços de produtos aumentaram, muito ou pouco, nos últimos meses — e, mesmo que, em proporção menor, estão pouco animados com o que o futuro reserva ao país. Entre a totalidade dos votantes ouvidos pela pesquisa, metade deles está pessimista com a economia nos próximos três meses.
É grave. Junto ao desemprego, a inflação é vista como o principal problema do Brasil atualmente, segundo a pesquisa. Os dados apontam que 37% da população classifica o aumento dos preços como a mais grave chaga ou o segundo principal problema da atualidade, ante 38% que coloca o desemprego no pódio. E as expectativas não são boas. Apesar de o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, ter afirmado nesta segunda que o pior momento da escalada inflacionária já passou no país, a declaração não encontra coro no eleitorado: 65% da população acredita que os preços vão continuar subindo.
Em relação à intenção de voto, a pesquisa aponta pouca diferença em comparação com o último levantamento do instituto — apesar de ser alvissareira, dentro das possibilidades, para o presidente Jair Bolsonaro. Lula oscilou de 44% para 43%, enquanto Bolsonaro saiu de 29% para 31%. A pesquisa foi realizada por telefone entre os dias 24 e 26 de junho. Foram entrevistados 2.000 eleitores. A margem de erro é de 2 pontos porcentuais, com intervalo de confiança de 95%.