No G-20, Meirelles fala em US$ 269 bi em investimentos
Em encontro com os 20 mais ricos do mundo, ministro da Fazenda levantou possibilidade de investimentos em infraestrutura, mas sem entrar em detalhes
Ao falar a empresários brasileiros e chineses em Xangai, no encontro dos 20 países mais ricos do mundo, o G-20, nesta sexta, o ministro da Fazenda Henrique Meirelles levantou a possibilidade de investimentos em projetos de infraestrutura na casa de 269 bilhões de dólares (aproximadamente 874,25 bilhões de reais) no prazo de quatro anos. Número é bastante superior aos 31 bilhões de reais previstos para o plano de concessões de Michel Temer, de acordo com reportagem desta sexta-feira do jornal Folha de S.Paulo.
Segundo o ministro, não se trata de um compromisso do governo, mas de um mapa de oportunidades até o meio de 2020 para mostrar aos investidores. Em entrevista, Meirelles, disse ser uma estimativa do número de projetos que poderão ser feitos e estarão disponíveis no Brasil, em infraestrutura.
“É uma projeção de oportunidades de projetos nos próximos três a quatro anos, será detalhado pelo Moreira Franco [secretário do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos)] no mês de setembro, não necessariamente nesse número [269 bilhões de dólares], mas ele vai detalhar pelo menos a primeira parte do programa”, disse o ministro.
Esses projetos abarcam concessões, outorgas e privatizações em infraestrutura, incluindo também óleo e gás, de acordo com Meirelles; parte dos projetos já pode ter sido discutida anteriormente.
Crescimento de 2,5% em 2018
Meirelles também afirmou que o país pode crescer 2,5% em 2018 e tem potencial de expandir ainda mais.
“As previsões são de um crescimento de 1,6% em 2017 e de 2,5% em 2018. A tendência histórica do Brasil é ter taxas substancialmente maiores e vamos trabalhar para voltar a crescer ao redor de 4% em média”, disse Meirelles em seminário empresarial em Xangai, onde acompanha o presidente Michel Temer.
De acordo com a pesquisa Focus realizada pelo Banco Central, a expectativa dos economistas consultados é de uma expansão de 1,23% em 2017 e de 2% no ano seguinte.
Confiança na estabilidade
O presidente da China, Xi Jinping, expressou confiança nesta sexta-feira na capacidade do Brasil em manter estabilidade, após o impeachment de Dilma Rousseff, em mensagem durante encontro com o presidente Michel Temer em Hangzhou.
“A China possui grande confiança nas perspectivas de desenvolvimento do Brasil, assim como confiança na cooperação entre China e Brasil”, disse Xi.
“Devemos seguir nos tratando como parceiros em desenvolvimento e fortalecer a cooperação, e tornar a cooperação China-Brasil um destaque em unidade e relações de cooperação entre países em desenvolvimento.”
Temer, que já foi co-presidente da Comissão Sino-Brasileira, reiterou no encontro com Xi, por sua vez, a necessidade de se manter as “relações sólidas” construídas entre os dois países ao longo dos anos.
Brasil e China fazem parte do Brics, grupo de economias emergentes que inclui Índia, Rússia e África do Sul.
Antes do encontro com o presidente chinês, Temer participou de um seminário empresarial em Xangai, em que afirmou que a China é “destino dos mais apropriados” para o início de uma nova jornada mediante a profundidade das relações com o Brasil.
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O presidente também afirmou que o fundamento central do novo governo é a responsabilidade, citando como exemplos o teto para o crescimento das despesas governamentais e a renegociação das dívidas dos Estados. Segundo Temer, as bases para o futuro foram lançadas, com a recuperação da confiança dos agentes econômicos, após a mudança de governo.
O ministro das Relações Exteriores, José Serra, anunciou nesta sexta-feira que o Brasil irá assinar nove acordos comerciais com a China em setores como agricultura, aviação e logística, incluindo um projeto de 3 bilhões de dólares na área de siderurgia.
(Da redação)