No Brasil, Lagarde alerta que programas sociais não funcionam sem disciplina fiscal
Após a visita ao Rio de Janeiro, a diretora do FMI viajou a Brasília, onde se reunirá com Joaquim Levy e a presidente Dilma
A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, que a disciplina fiscal é a “base necessária” para a execução das políticas sociais. “A disciplina fiscal é a base necessária para permitir financiar os programas. Eles andam juntos. As pessoas que mais sofrem com a indisciplina fiscal são os mais pobres”, disse ela, que iniciou uma visita de dois dias ao Brasil, durante a qual se encontrará em Brasília com a presidente Dilma Rousseff.
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Lagarde aproveitou sua visita a um projeto social no Rio de Janeiro para defender o ajuste fiscal iniciado este ano pelo governo brasileiro para colocar no eixo as contas públicas após o déficit recorde do ano passado. Na companhia da ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, a diretora-geral visitou o teleférico do Complexo do Alemão e um dos 47 Centros de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade.
A economista francesa elogiou a política social do governo e destacou o fato “extraordinário” de destinar 0,5% do Produto Interno Bruto ao Bolsa Família, contudo, pontuou que os programas são ineficazes no longo prazo se não vierem acompanhados de disciplina fiscal.
Após a visita, Lagarde viajou a Brasília, onde se reunirá com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e depois com a presidente Dilma. Em suas reuniões, a diretora do FMI abordará a situação da economia nacional, que no ano passado cresceu apenas 0,1% e que este ano pode sofrer, segundo as últimas projeções, uma contração de 1,20%. Largade voltará ao Rio de Janeiro para participar amanhã do XVII Seminário Anual sobre Metas para a Inflação, organizado pelo Banco Central.
(Com agência EFE)