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Jornal: Nissan aponta elo entre Ghosn, Eike Batista e Sérgio Cabral

Publicação do Financial Times afirma que Nissan vê implicações entre relações do executivo com proeminentes figuras do Rio de Janeiro

Por Redação
Atualizado em 10 dez 2018, 10h54 - Publicado em 10 dez 2018, 10h23

A cúpula da Nissan acredita que o ex-presidente do conselho de administração da montadora Carlos Ghosn manteve negociações com Eike Batista, ex-homem mais rico do país, e Sérgio Cabral, ex-governador do Rio. Apesar da suspeita de que conversas não republicanas possam ter acontecido, não há acusação formal nesse sentido. As informações são do jornal britânico Financial Times.

De acordo com a publicação, a Nissan acredita que Ghosn era amigo de Cabral e teve reiterados encontros com Eike. Ainda de acordo com o jornal, um porta-voz da família de Ghosn afirmou que os encontros com o empresário estavam relacionados a possíveis investimentos no superporto de Açu, no Rio de Janeiro.

A informação veio à tona após a Nissan tentar impedir o acesso a bens do executivo no imóvel utilizado por ele na capital fluminense, mas que pertenceria à montadora. Familiares de Ghosn pediram à Justiça permissão para entrar no local para retirar itens pessoais. No pedido, eles concebem a possibilidade de um oficial acompanhar os familiares na retirada dos objetos.

Segundo a Nissan, o imóvel seria parte do patrimônio da empresa porque Ghosn teria utilizado fundos de uma subsidiária na Holanda, voltados para investimentos em startups de tecnologia, para financiar a compra de imóveis no Brasil, na França e no Líbano. Os imóveis fazem parte do processo que envolve Ghosn em um caso de fraude financeira no Japão.

Eike Batista foi condenado, em julho, a 30 anos de prisão por ter pago, em 2011, propina de 51,9 milhões de reais a Sérgio Cabral. Já o ex-governador acumula quase 198 anos de prisão em condenações.

Acusação formal

Procuradores de Tóquio indiciaram oficialmente nesta segunda-feira, 10, Carlos Ghosn por subdeclarar sua renda e prorrogaram sua detenção devido a suspeita de conduta financeira irregular adicional.

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Os procuradores também indiciaram a Nissan por apresentar declarações financeiras falsas, tornando a montadora japonesa culpável pelo escândalo que tem chocado a indústria automobilística.

Ghosn foi preso em 19 de novembro sob suspeita de conspirar para subdeclarar seus rendimentos em cerca de metade dos atuais 10 bilhões de ienes (88 milhões de dólares) durante cinco anos a partir de 2010.

Ele está detido em uma prisão de Tóquio para interrogatório deste então, mas ainda não havia sido oficialmente indiciado. Procuradores também emitiram um novo mandado de prisão contra ele nesta segunda-feira por supostamente subdeclarar sua renda por outros três anos, até março de 2018.

A Nissan, que demitiu Ghosn do cargo de presidente do conselho de administração dias após sua prisão, tem dito que a fraude foi planejada pelo antes respeitado executivo com a ajuda do ex-diretor-representante Greg Kelly, que também foi oficialmente indiciado pela primeira vez nesta segunda-feira.

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Ghosh e Kelly não emitiram nenhum comunicado por meio de seus advogados, mas a mídia japonesa reportou que ambos negaram as alegações. Ligações para o advogado de Ghosn, Motonari Otsuru, não foram respondidas.

Depois que o indiciamento foi anunciado, a Nissan disse levar a situação a sério.

“Fazer declarações falsas em relatórios financeiros compromete gravemente a integridade das declarações públicas da Nissan no mercado de valores mobiliários, e a companhia expressa seu mais profundo arrependimento”, disse em comunicado.

O órgão regulador dos mercado mobiliários do Japão,Securities and Exchange Surveillance Commission, disse que o crime prevê multa de até 700 milhões de ienes (6,21 milhões de dólares).

Ghosn foi demitido da Nissan, no entanto, continua acumulando os cargos de presidente do conselho e presidente executivo da francesa Renault, parte da aliança entre as duas e uma terceira companhia, a Mitsubishi.

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(Com Reuters)

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