LONDRES, 23 Mar (Reuters) – Um grupo de 11 mil nigerianos entrou com processo em Londres contra a Royal Dutch Shellpedindo dezenas de milhões de dólares de indenização por dois vazamentos de petróleo em 2008, sob a alegação de que estes destruíram o meio ambiente do qual necessitam para se sustentar.
A indústria acompanhará esse caso com atenção porque pode ter impacto sobre outros processos contra petrolíferas ocidentais acusadas de poluir países pobres, como a briga judicial entre Chevron e Equador.
A SPDC -joint-venture entre a Shell, a petrolífera estatal nigeriana, EPNL e Agip – assumiu a responsabilidade por dois vazamentos que devastaram comunidades pesqueiras de Bodo, no rio Delta, onde um emaranhado de oledutos cruza pântanos e córregos.
A Shell, que opera a joint-venture, e advogados de Londres que representam os queixosos não chegaram ainda a um acordo sobre quanto de petróleo vazou e qual é a indenização necessária. As negociações emperraram na semana passada.
“Fizeram uma proposta e a comunidade, com toda razão, achou ridiculamente baixa”, disse Martyn Day, do escritório londrino que cuida do caso, na esperança de retomar as negociações.
Day se negou a revelar o quanto a Shell ofereceu, mas disse que os clientes dele estão pedindo “muitos milhões de dólares”, sem precisar uma quantia porque mais pessoas, além das 11 mil, podem aderir à ação.
A Shell disse que vazaram no total 4 mil barris de petróleo em Bodo em 2008 como resultado de falhas operacionais e que concluiu uma limpeza em 2009. A companhia afirma que desde então houve mais vazamentos, porém por conta de sabotagens e roubos.
(Por Estelle Shirbon)
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