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Newsweek será exclusivamente on-line em 2013

Com circulação em queda, declínio na receita com publicidade e migração de leitores para a internet, tradicional revista americana abandonará o papel

Por Da Redação
18 out 2012, 21h40

Com 1,5 milhão de exemplares semanais, segundo a Audit Bureau of Circulations (ABC), a segunda maior revista em circulação do mundo anunciou nesta quinta-feira que sua última edição impressa será lançada em 31 de dezembro de 2012. A partir do ano que vem, ela será veiculada apenas em formato digital.

Realidade sombria – “Dizer adeus ao papel é um momento muito difícil para todos nós que adoramos sua dimensão romântica”, reconhece Tina Brown, fundadora e editora da companhia Newsweek/Daily Beast, e Baba Shetty, seu diretor-geral. O comunicado foi publicado no The Daily Beast – portal gerido pela mesma empresa detentora da revista e que representou o primeiro passo do grupo para entregar informação ao crescente número de leitores americanos na internet. O site, inclusive, já hospedava boa parte do conteúdo da Newsweek.

Esta mudança “é acompanhada de uma realidade sombria”, escreveram ambos em um comunicado enviado pouco antes aos funcionários do grupo.

O quadro de profissionais, graças à alteração, será reduzido nos Estados Unidos e no exterior. “Nosso setor se vê cada vez mais afetado pelas dificuldades da publicidade no setor da edição (de jornais)”, dizem os executivos no comunicado intitulado “Uma página é virada para a Newsweek”.

A Newsweek, que durante décadas manteve feroz competição com sua rival Time (dona da impressionante cifra de 3,2 milhões de exemplares semanais), perde dinheiro a um ritmo constante. “Para nós, alcançamos um momento crítico onde não podemos chegar para nossos leitores mais do que em um formato totalmente digital da forma mais eficaz”.

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Novo tempo – “Este não era o caso há dois anos. Mas será cada vez mais certo nos próximos anos”, continua o comunicado, lembrando que, segundo um estudo recente do instituto Pew, 39% dos americanos declaram se informar na internet. Somente o portal The Daily Beast registra 15 milhões de visitantes únicos todos os meses.

A revista digital, batizada como Newsweek Global, será uma edição única e mundial destinada a um público “líder em opinião altamente móvel” e que deseja saber sobre os acontecimentos mundiais em um contexto sofisticado, afirmou Brown. “Estamos fazendo uma transição na Newsweek, não dizendo adeus (…). Esta decisão não tem nada a ver com a marca ou o jornalismo, que está mais forte do que nunca. É sobre os desafios econômicos da edição impressa e sua distribuição”, afirmou a editora.

A edição estará na web e também em tablets através de uma assinatura paga, com “seleção de conteúdo”, disponível no site The Daily Beast.

O fim do papel – Em entrevista no portal do grupo, Tina Brown e Baba Shetty explicam que os consumidores, bem como os anunciantes, estão na rede mundial de computadores – e lá querem ficar. A migração deixou há tempos de ser uma tendência para ser uma realidade para a empresa. Além disso, eles explicam que as cifras para impressão e distribuição das revistas são milionárias e não se justificam mais neste mundo em mutação. Por fim, eles destacam que a plataforma digital é um meio rico para expandir outros atributos da Newsweek/Daily Beast como interatividade, customização, etc.

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Barry Diller, diretor e chefe-executivo do conglomerado IAC (InterActiveCorp) – empresa que administra a Newsweek/Daily Beast desde sua união, em 2010 – assegurou que estavam em avaliação outras opções, antes que a decisão fosse pela saída do meio impresso. O jornal The Washington Post vendeu em 2010 a revista Newsweek ao milionário californiano Sidney Harman por um dólar, pouco antes da fusão, conhecida familiarmente como “Newsbeast”. Após a morte de Harman em 2011, sua família parou com as contribuições financeiras.

Publicidade em queda – Lançada em 1933 por um ex-jornalista da revista Time, o semanário, como muitas outras revistas e periódicos americanos, lida há muito tempo com forte queda das receitas da publicidade impressa, com uma circulação em constante declínio e migração de leitores para sites de internet de notícias grátis.

Sua circulação caiu de mais de quatro milhões de exemplares há uma década para 1,5 milhão no ano passado, segundo números do ABC. Especialistas consideram que outras publicações similares podem ter o mesmo destino.

Para Rebecca Lied, do Altimeter Group, o desaparecimento da edição em papel da Newsweek “é sintomática (das dificuldades) do formato” dos semanários de informação geral e a “Time Magazine pode ser a próxima na lista”.

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(com Agence France-Presse)

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