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Nervosismo na bolsa não veio para ficar

Economistas apostam que a aversão ao risco deve diminuir à medida que ficarem visíveis as perspectivas para a economia global em 2011

Por Beatriz Ferrari e Derick Almeida
12 ago 2010, 20h33

As oscilações que atingiram a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos ultimos dias não vieram para ficar, segundo especialistas ouvidos por VEJA.com. Segundo eles, o prazo para uma melhora no mercado de ações é o final do terceiro trimestre. A partir daí, o cenário para a economia mundial em 2011 ficará mais claro e a aversão ao risco por parte dos investidores deve diminuir.

O estrategista-chefe do Banco WestLB, Roberto Padovani, explica que nos últimos dias o mercado frustrou-se com a seqüência de indicadores macroeconômicos fracos no primeiro semestre, principalmente nos Estados Unidos e China. Como resultado, veio a instabilidade. Para o fim do ano, no entanto, a previsão é de alívio. “Isso deve ocorrer não porque a economia mundial vá melhorar de forma significativa, mas porque o cenário para 2011 começa a ficar mais claro. O próximo ano não será exuberante, mas também não frustrará as expectativas”, explica.

Contudo, não se descartam períodos de alta na bolsa até o final do ano. “O mercado continua esperando uma valorização para a bolsa até dezembro”, afirma Pedro Galdi, da SLW Corretora. O analista de investimento acredita que, com o risco cada vez mais distante de a economia internacional encarar um “duplo mergulho” (movimento de queda, seguido de recuperação e novo declínio), o mundo passa por um momento de ajuste pós-crise e logo será possível identificar sinais de melhora. Diante de sinais benignos para 2011, as bolsas, que sempre antecipam cenários, devem reagir favoravelmente.

Galdi faz uma ressalva sobre o índice da bolsa paulista, o Ibovespa. Como as ações da Petrobras têm peso relevante em sua composição, seu desempenho tem sofrido forte impacto negativo dos papéis da estatal, os quais se desvalorizaram 25% desde dezembro. Tal comportamento é fruto do atraso e das indefinições em torno do processo de capitalização da empresa, potencializado por uma briga de bastidores travada com a Agência Nacional de Petróleo. Caso a operação aconteça mesmo em setembro, a expectativa do mercado é a que as ações comecem a se recuperar, ajudando o Ibovespa a subir.

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Setor financeiro não assusta – Com relação ao setor financeiro, que protagonizou a crise americana de 2008 e a européia deste ano, os economistas têm uma avaliação positiva, graças à recente reforma promovida pelo governo dos Estados Unidos.

Contudo, há de se estar atento à sua evolução, pois o mercado sempre é mais criativo que os governos na condução dos negócios. “Se olharmos o setor financeiro americano de 20 anos atrás, identificamos que muitos produtos que deram problemas em 2009 não existiam naquela época. O mercado se desenvolve rapidamente e cria novas oportunidades. Por isso, a regulação é uma questão que tem de ser vista e revista constantemente”, explica o diretor de pesquisa de investimentos da BES, Gilberto Souza.

Esta capacidade de criar novos produtos e, de certa forma, burlar as amarras da regulação não é sinônimo de uma nova crise à vista. “Não necessariamente estes produtos trarão problemas para o mercado”, afirmam os economistas Eduardo Jurcevic e Maurício Ceará, do banco Santander.

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